


O material exposto foi selecionado a partir mais de mil inscrições, vindas de 72 países. “Não é seleção, mas construção, recorte de práticas que privilegiam uma visão e têm interseção com as artes visuais”, acrescenta Guilherme Cunha. O evento é também espaço de produção. Vinte e quatro criadores realizam ensaio autoral sobre a cidade durante o tempo do festival, que será projetado em paredes cegas de prédios de BH no período de 17 a 20 de agosto, à tarde e à noite, na região do Centro e arredores. Algumas estações do metrô também ganham exposições.
Estão na exposição trabalhos que dialogam com a tradição fotográfica, como as fotos de arquitetura da Bauhaus, “que continuam reverberando nas produções dos artistas contemporâneos”, explica Guilherme. Diretamente associadas a esse motivo são as fachadas de imóveis destruídos por tsunami, do japonês Hiroito Nomoto, ou imagens fictícias, do alemão Josef Schulz. O conjunto dos trabalhos reunido pelo FIF, para o curador, discute temas amplos: a indagação sobre o que se vê e o que é a fotografia, porque produzimos imagens, como se forma o acervo mental de fotos que está na cabeça de todos, e o bombardeio de informação visual no cotidiano.
“Belo Horizonte tem vocação e tradição de festivais internacionais de arte e cultura, que se desdobram em fóruns de debate e reflexão, além de ser polo importante de produção de artes visuais. E ainda não existia ação que organizasse e divulgasse as atividades ligadas à fotografia em escala ampla”, analisa Guilherme Cunha. O curador esclarece avaliação que está na origem da criação do evento: “Estamos fazendo festival, mas com caráter de uma bienal”.

Exposições, debates, oficinas, lançamento de livros. Até 25 de agosto. Entrada franca. Informações e programação completa: www.fif.art.br

>> CentoeQuatro, Praça Rui Barbosa, 104, (31) 3222-6457
De terça a domingo, das 9h às 19h
>> Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, Av. Afonso Pena, 737, Centro, (31) 3236-7400
De terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h
>> Estações do metrô do Calafate (Rua Extrema, 120, Calafate); São Gabriel (Avenida Cristiano Machado, 5.600, São Paulo); Central (Praça Rui Barbosa, s/nº, Centro). Todos os dias, das 5h15 às 23h
>> Museu Mineiro, Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, (31) 3269-1168
Terça, quarta e sexta-feira, das 10h às 19h; quinta-feira, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19h.