A exposição 'Universo Bordallo Pinheiro – 20 bordallianos do Brasil' reúne peças de Vik Muniz, Tunga, Regina Silveira, Maria Lynch, Isabela Capeto, Adriana Barreto, Barrão, Caetano de Almeida, Efrain de Almeida, Estela Sokol, Erika Versutti, Fábio Carvalho, Frida Baranek, Laerte Ramos, Marcos Chaves, Martha Medeiros, Saint Clair Cemin, Sérgio Romagnolo, Tiago Carneiro da Cunha e Tonico Auad. A maioria dos brasileiros experimentou a técnica da cerâmica pela primeira vez.
Cada convidado morou durante 20 dias na fábrica em Caldas da Rainha. Lá, os artistas puderam se familiarizar com as técnicas de fabricação antes de realizar as próprias propostas estéticas. O diálogo luso-brasileiro entusiasmou os participantes do projeto. Em novembro de 2011, o carioca Fábio Carvalho passou 10 dias na indústria. Como sua própria obra lida com apropriações, ele resolveu usar elementos de peças tradicionais para criar o vaso estilizado batizado como 'Floreiro archeiro'.
A experiência foi tão marcante que Fábio Carvalho voltou a Portugal, desta vez para pesquisar bordados. “Os labores femininos têm a ver com a minha pesquisa”, explica.
UNIVERSO BORDALLO PINHEIRO – 20 BORDALLIANOS DO BRASIL
Abertura nesta quarta-feira, às 19h, no Museu de Artes e Ofícios, Praça Rui Barbosa, Centro, (31) 3248-8600. O espaço funciona às terças e sextas-feiras, das 12h às 19h; quarta e quinta-feira, das 12h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 11h às 17h. Até dia 30.
SAIBA MAIS
FAIANÇA LUSITANA
Em 1884, a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foi fundada por Rafael Bordallo Pinheiro, na Região Central de Portugal. Ele tinha dois objetivos: revitalizar a arte tradicional da cerâmica e estabelecer o diálogo com a linguagem moderna. Surgiram peças que apostavam no humor, na consciência social e na transgressão. Ainda terça-feira a fábrica mantém esse espírito. Entre as obras de Bordallo Pinheiro está a imponente 'Jarra de Bethoven', com 2,6m de altura. Em 1889, ela foi oferecida ao marechal Deodoro da Fonseca, presidente do Brasil, e está exposta no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro.