Montagem 'Klássico (com K)' encerra trilogia do Grupo Mayombe sobre o fazer teatral

Saído das páginas de clássicos, Medeia, Fausto, Antígona e Ulisses têm seus destinos postos à prova

por Carolina Braga 19/04/2013 08:00

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Luiz Matoso/Divulgação
(foto: Luiz Matoso/Divulgação)
Com o objetivo de aprofundar a pesquisa em torno da dramaturgia do ator, o Grupo Mayombe de Teatro dedica atenção especial a personagens célebres na nova montagem, que estreia hoje e fica em cartaz até 19 de maio, no Esquyna Espaço Coletivo Teatral, de sexta a domingo. Dirigido por Sara Rojo, 'Klássico (com K)' tem como ponto de partida conflitos centrais de personagens como Medeia, Antígona, Ulisses e Fausto, todos habitantes ilustres de tramas reconhecidas no mundo todo.

O trabalho é fruto de um ano e dois meses de estudos, dividido em três fases: uma exclusivamente teórica, outra dedicada à improvisação dos atores e a última focada na dramaturgia “A pesquisa nos ajudou a pensar o conceito do clássico, assim como dos personagens”, detalha a professora e diretora Sara Rojo. Um dos exercícios feitos ao longo do processo foram leituras de várias versões dos personagens. “Queríamos ver o peso que tinham no universo contemporâneo”, explica.

 

Medeia, Antígona, Ulisses e Fausto são interpretados por Marina Viana, Flávia Almeida, Didi Villela e Fernando Oliveira. À Marina Arthuzzi cabe interpretar uma espécie de árbitro, regente de um jogo explícito entre as personagens. É por meio deste jogo teatral que o grupo procura descobrir – e revelar – o que ainda há de atual nas tragédias pessoais de cada um.

 

“Pensamos na revolta de Antígona, na viagem de Ulisses abandonando família, na venda da alma de Fausto e nessa coisa da Medeia de matar os próprios filhos. Aí tem um metateatro implícito, bastante forte, que tem a ver com a história do Mayombe e também com a construção do teatro feito nos dias de hoje”, diz Sara Rojo.

 

Embora todos os personagens “homenageados” tenham sido retirados de tragédias ou dramas fortes, a diretora garante que há humor e ironia na abordagem do Mayombe. “Tem momentos muito poéticos. Estamos trabalhando com diversas linguagens e imagens. Tem vídeo, música e outros elementos da linguagem teatral”, conta.

 

Para Sara Rojo, 'Klássico (com K)', de certo modo, encerra trilogia composta pelos espetáculos Por esta porta estar fechada, as outras se tiveram que abrir e A pequenina América e sua avó $ifrada de escrúpulos. “As três têm como dramaturgo o Éder Rodrigues e em comum uma preocupação com o fazer teatral”, diz.

MAYOMBE

O Mayombe Grupo de Teatro foi fundado em 1995 por Sara Rojo e Marcos Alexandre. Nos primeiros anos, funcionou como grupo de pesquisa e prática em teatro hispânico, ligado à Faculdade de Letras da UFMG. Caracteriza-se por processos de criação com dramaturgia compartilhada e busca de linguagem própria.

KLÁSSICO (COM K)
Desta sexta-feira a 19 de maio, no Esquyna Espaço Coletivo Teatral. Rua Célia de Souza, 571, Sagrada Família, (31) 9617-6105. De sexta a domingo, às 20h. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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