Sérgio Abranches e Xico Sá lançam romances em Belo Horizonte

Autores são convidados do projeto Sempre um papo

por Carlos Herculano Lopes 05/12/2012 11:17

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Xico Sá/Acervo Pessoal
O cearense Xico Sá inspirou seu romance em histórias do Crato, sua cidade natal (foto: Xico Sá/Acervo Pessoal)
O cearense Xico Sá e o mineiro Sérgio Abranches se encontram hoje, em Belo Horizonte, para um bate- papo sobre literatura e jornalismo. A dupla aproveitará a ocasião para autografar os recém-lançados romances Big jato e O pelo negro do medo. Nascido em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, Abranches passou a infância entre Belo Horizonte e Barbacena até se mudar com a família para Brasília, onde estudou sociologia. Cientista político, comentarista e ambientalista, Sérgio Abranches estreia como romancista depois de publicar contos em revistas e suplementos literários.

Ele demorou a publicar o primeiro romance, mas valeu a pena. Com bom ritmo e segurança, em O pelo negro do medo o autor conta a história que se passa durante um fim de semana na paradisíaca Paraty, para onde segue um casal. Não por acaso, ele é escritor e ela compositora. Os dois enveredam por lembranças das quais não conseguem escapar. Como pano de fundo da trama está o Brasil, que passa por grandes transformações – de país rural dos anos 1950 à urbanização acelerada –, que tiveram consequências na vida das pessoas. As movimentações políticas, nem sempre amenas, também estão presentes.

Com novo romance pronto, Que mistério tem Clarice, Abranches diz que em Pelo negro do medo quis falar livremente de paixões e fraquezas humanas. “Minha principal ambição, no entanto, foi tentar contar uma boa história, com personagens fortes e instigantes tanto em suas fraquezas quanto na capacidade de superação”, afirma.

Leitor de Thomas Mann e Guimarães Rosa, Abranches diz que o autor de Sagarana é presença constante em sua vida, além de referência literária. Ambos nasceram na mesma região de Minas. E confessa: construção narrativa de O pelo negro do medo foi influenciada pela visão existencial de Rosa, especialmente Grande sertão: veredas, um de seus livros de cabeceira. De Thomas Mann, a marca mais fundamental presente na história de Abranches “é o sentimento de busca permanente, uma reflexão profunda e extensa sem indicar, necessariamente, uma solução, pois a travessia é essa busca e a realização vai se fazendo ao caminhar”, diz o escritor. Caminhão Nascido no Crato, em 1962, o cearense Xico Sá volta à infância e à adolescência para contar uma história deliciosa e bem-humorada. O título Big jato veio do caminhão de um parente, que ganhava a vida, na década de 1970, esvaziando fossas secas de casas sem acesso à rede de esgoto.

Colunista da Folha de São Paulo, comentarista do programa Saia justa, do GNT, e orgulhoso de pertencer à “família que tem os maiores narizes do Vale do Cariri”, Xico conta que o adolescente vai percebendo as coisas da vida e do país em mudança, enquanto percorre as ruas daquela cidade interiorana, a bordo do Big Jato, em sua “espinhosa” missão de ajudar a limpar fossas. Sérgio Abranches e Xixo Sá

Lançamento dos romances O Pelo negro do medo (Record) e e Big Jato (Companhia das letras), no projeto Sempre um papo. Nesta quarta-feira, às 20hy, no Teatro Oi Futuro, Klauss Viannna, Avenida Afonso Pena, 4001, Mangabeiras. 



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