

“Uma coisa muito marcante nele era o fato de ser extremamente carinhoso com a família”, conta o médico e professor Flávio Goulart, neto de Altivo e sobrinho-neto de Drummond. Morador de Brasília desde 1991, ele esteve com o tio famoso em raras ocasiões (dois funerais, um casamento e uma visita informal, regada a uísque, dois anos antes da morte do poeta, em 1987), mas coleciona relatos de gentileza por parte do parente mais famoso do clã, itabirano como ele.
Dentre as delicadezas frequentes, a mais comum era a atenção à família. Quem tivesse a vontade de lhe escrever uma carta não ficava sem resposta. Pouco antes de se casar, em setembro de 1947, a mãe de Flávio, Flávia Goulart, escreveu uma carta ao “Tio Carlos”, convidando-o para as celebrações. Ele confirmou presença por meio de uma resposta afetuosa, iniciando, assim, uma correspondência que só se interromperia com a morte dele. A relação com a sobrinha rendeu poemas dedicados aos netos dela, nascidos antes de 1987 (leia mais nas páginas 4 e 5).
O parentesco despertou nos descendentes uma veia literária pulsante. Entre eles, há autores diletantes, há quem escreva eventualmente e há ainda parentes com obras publicadas com frequência. Sua lírica inconfundível continua alimentando os que nascem depois dele. “Sinto e penso Drummond com frequência. De vez em quando, um verso dele surge na memória, nas mais variadas situações”, conta Flávio Goulart, poeta amador.
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