

A garota do biquíni vermelho tem texto do jornalista Artur Xexéo, que compôs duas músicas para o espetáculo, e direção de Jacqueline Laurence. Quem faz o papel de Sônia Mamede – escolhida pelo próprio Eduardo Barata – é Monique Alfradique.
“Ela é uma jovem talentosa. Quando Monique fez a primeira leitura do texto, tive a certeza de que era adequada para o papel”, conta o produtor. O conflito entre vedete e atriz representou um drama para Sônia Mamede. “Ela queria ser respeitada como artista, apesar da fama de vedete. E conseguiu”, lembre Barata.
O último personagem de Sônia foi como Graúna em espetáculo baseado na obra do cartunista Henfil. O papel deu o Prêmio Mambembe à atriz.
Eduardo Barata diz que ela integra o time de grandes intérpretes caricatas. Por fazer os tipos que interpretavam com grande humanidade, elas conseguiram grande comunicação com o público.
A garota do biquíni vermelho é parte da trilogia que levará para o palco outras artistas com esse perfil: Zezé Macedo (1916-1999) e Consuelo Leandro (1932-1999). “Elas foram o tropicalismo no teatro”, afirma Barata, citando também a importância de Renata Fronzi e Ilka Soares. O público gostava do trabalho delas, mas “a classe teatral e a aristocracia” o consideravam menor, critica o produtor.
A vingança do espelho, espetáculo sobre Zezé Macedo, chegará a Belo Horizonte ainda este ano. O texto é de Flávio Marinho, com direção de Amir Haddad e Betty Goifmann no papel principal. A peça sobre Consuelo Leandro, escrita por Noemi Marinho, será dirigida por Elias Andreatto e terá Bia Nunes como protagonista.
A GAROTA DO BIQUÍNI VERMELHO
Texto: Artur Xexéo. Direção: Jacqueline Laurence. Com Monique Alfradique. Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3241-7181. Nesta sábado, 19h e 21h30. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
MEMÓRIA
Menina pródígio
Sônia Mamede estreou nos palcos aos 16 anos, na revista Carrossel de 53. Chamou a atenção no musical Ok, baby! e foi lançada como atriz cômica por Renata Fronzi em Brasil 3.000, encenado no famoso Teatro Serrador. Em 1958, fez muito sucesso em Bom mesmo é mulher, no Teatro Recreio. Sônia se destacou no cinema, depois de ser descoberta pelo diretor Carlos Manga. Era presença constante em chanchadas da Atlântida ao lado de Oscarito. Na TV, brilhou como Ofélia, a divertida ricaça ignorante, contracenando com Lúcio Mauro.