No dia 24 de agosto, a banda californiana Maroon 5 desembarca no Brasil para uma turnê por três cidades. O hit instantâneo da banda que a colocou em todas as academias de ginástica e escolas de dança do País no momento se chama Moves like Jagger. O título (e o mote) da canção é quase uma biografia dos últimos 50 anos do pop mundial: o ritmo se mexe ao sabor dos movimentos de Mick Jagger, que completa 69 anos no dia 26.
Michael Philip Jagger, cidadão britânico nascido no subúrbio de Dartford, a 20 minutos de trem de Londres, alvo constante das bombas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, foi o primeiro cantor a dar sentido à palavra rock star. Sexo, insolência, drogas, desobediência civil, festas, rebordosas: a Editora Saraiva (selo Benvirá) lança esta semana Jagger - a biografia", de Marc Spitz (tradução de Rodrigo Leite e Marcelo Barbão). Spitz é o mesmo que já escreveu biografias de outros pop stars, incluindo David Bowie.
Spitz revê a saga de Mick, de garoto franzino de Dartford a roqueiro galardoado com o título de sir pela rainha da Inglaterra, passando tudo por um filtro social. A extravagância sexual que viveu nos anos 1970 era explicável: "Monogamia, além de tudo, era provincianismo."
Ameaça comportamental, excomungado do rock, comentarista social, porta-estandarte da libido: essa satânica majestade é esmiuçada de diferentes pontos de vista. Há revelações sobre seu antagonismo com Keith Richards - a primeira vez que se estranharam feio foi quando Mick foi escalado para viver num filme orgíaco cenas tórridas com a namorada de Keith, a liberada atriz Anita Pallenberg (que Keith costumava pagar para evitar certos roteiros). Mick foi acusado de continuar as cenas de sexo fora da tela.
Spitz faz um exame cultural da saga de Jagger. Tipo: o que fizeram os Stones durante a explosão punk? Como foi sua relação com os astros do reggae? E lembra, por exemplo, que Milos Forman quando fez sua adaptação do musical Hair, incluiu fala reveladora. Quando o loiro Woof é interrogado por um policial. "Você tem atração sexual por homens?", pergunta ao rapaz. "Bom, eu não chutaria Mick Jagger para fora da minha cama, mas não sou um homossexual."
Mais um ensaio do que uma biografia de verdade, Jagger - a biografia, procura definir criticamente quais foram as diversas inserções de Mick Jagger e os Rolling Stones em seu tempo. Isso inclui até a recente fama de “pé-frio” que Jagger adquiriu durante a Copa do Mundo da África. Nada passa batido, mas não há uma tentativa de empilhar todos os fatos de sua vida.
JAGGER - A BIOGRAFIA
Autor: Marc Spitz
Tradução: Marcelo Barbão e Rodrigo Leite
Editora: Benvirá (304 págs., R$ 34,90)