Feira de artesanato mostra a produção do Vale do Jequitinhonha

Evento será promovido na Praça de Serviços da UFMG

por Sérgio Rodrigo Reis 07/05/2012 09:58

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Israel Palestina/Divulgação
Com trabalho reconhecido até mesmo fora do país, dona Isabel, de Santana do Araçuaí, será homenageada no evento (foto: Israel Palestina/Divulgação)
 
O Vale do Jequitinhonha há 15 anos recebe alunos, professores e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) num programa de extensão que envolve as várias áreas do conhecimento. Na cultura, uma das iniciativas com resultados mais interessantes é a dedicada ao artesanato. Com atividades de ensino e extensão em 40 cidades, ano após ano, a equipe da instituição oferece informações em oficinas sobre produção, aprimoramento, valorização, trocas de experiências de técnicas de produção, além de questões ligadas à formalização das associações. O resultado do aprendizado pode ser conferido sempre nas edições da Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. A 13ª será promovida de hoje a sábado, na Praça de Serviços da UFMG, em Belo Horizonte. 
Oportunidade para divulgar e ampliar o comércio dos produtos característicos da região, durante a feira serão prestadas homenagens a mestres da região. Desta vez, o trabalho de dona Isabel, de Santana do Araçuaí, cujas bonecas de barro se tornaram um dos símbolos do Vale, e dona Pretinha, de Itaobim, especializada em artesanato de tranças de taboa, serão os destaques. Além delas, que receberão homenagens na quinta-feira, às 17h, o púbico poderá apreciar a produção de cerca de 1 mil artesãos que trabalham com técnicas variadas da argila, bambu, cerâmica, couro, madeira, palha e papel, e ainda com bordados, artigos de cestaria e tapeçaria, pinturas, licores, cachaças e produtos alimentícios.
A deferência ao trabalho das mestras vem em boa hora. São elas que, nas suas respectivas localidades, não têm medido esforços para ensinar os ofícios a várias outras pessoas da comunidade. Experiência têm de sobra. A mestra dona Pretinha é uma senhora miúda, de 106 anos, mas tão ativa quanto os jovens aprendizes. Já dona Isabel, cujo trabalho tem recebido vários reconhecimentos ao longo da vida, inclusive da presidente Dilma Rousseff, quando da abertura da exposição Artistas e brasileiras – Produção do século 20, em Brasília, está com a saúde mais frágil. Aos 87 anos, ao contrário de dona Pretinha, não deverá comparecer à feira. “Estou com muita vontade de ir, mas estou passando mal da coluna. Acho que vou é procurar um médico. Sinto-me valorizada com isso, mas está difícil. A coluna é que comanda o corpo todo”, afirma. 
Mesmo com a possível ausência de dona Isabel, o evento não deverá perder o brilho. Realizada pela Diretoria de Ação Cultural, em parceria com o programa Polo de Integração no Vale do Jequitinhonha, ambas instituições da UFMG, e a Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha e prefeituras dos municípios da região, a feira tem atuação efetiva na valorização do artesanato local. “A qualidade tem melhorado a cada dia, temos trabalhado a questão da criação, da não cópia, mas de maneira nenhuma interferimos nos trabalhos. Com isso, estão nos surpreendendo”, conclui a coordenadora, Terezinha Furiati.
13ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha
Até sábado, na Praça de Serviços da UFMG, Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha. O evento, com entrada franca, funciona hoje, amanhã, quarta e sexta, das 9h às 19h;  na quinta e no sábado, das 9h às 14h30.


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