O podcast A Mulher da Casa Abandonada, que foi escrito e narrado pelo jornalista Chico Felitti viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
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Um ouvinte do podcast da Folha de S. Paulo que denuncia um crime bárbaro cometido por Margarida e o marido, Renê Bonetti nos Estados Unidos da América, decidiu recriar o casarão degradado, palco da história, que ela se abrigou por 20 anos e até mesmo a pomada branca que Margarida usa no rosto foi reproduzida no The Sims 4.
Desde que foi lançada, em 15 de junho, a história real de escravidão moderna e abuso, liderou a audiência no Spotify, conquistando fãs curiosos pela trama de mistérios e crimes. O local se tornou quase um ponto turístico no bairro nobre de Higienópolis, em São Paulo.
Pelo Twitter, um ouvinte do podcast, João Thomazella, de Rio Claro, no interior de São Paulo, recriou a casa no jogo de simulação.
A réplica tem detalhes bastante fiéis ao local original, com todos os cômodos da casa, e minúcias como as grandes janelas da frente. Além disso, há também marcas que reforçam o quanto o casarão é antigo, com aspecto de abandonado. Além disso, o usuário criou um Sim inspirado na titular "personagem" - com direito à pomada branca no rosto, como relatado no áudio da investigação.
"A fama veio! Baixem minha casa no TS4. ID da galeria: joaothomazella", celebrou Thomazella. Felitti foi marcado no post da mansão versão jogo e reagiu surpreso: "Hahaha, meu Deus". Desde que foi publicado, em 8 de junho, o tuíte já possui mais de 15 mil curtidas e 950 comentários.
Confira, abaixo:
A fama veio! Baixem minha casa no TS4. ID da galeria: joaothomazella https://t.co/eQP8rM5Aqv
%u2014 Joãozinho (@joaothomazella) July 13, 2022
Entenda o caso
Tudo começou na década de 1970, quando a Margarida casou-se com Renê Bonetti. Os dois, pouco tempo depois, se mudaram para os Estados Unidos, levando consigo uma empregada doméstica. Brasileira e analfabeta, a mulher foi um "presente" dado aos noivos pelo pai de Margarida para cuidar da residência onde ficariam.
O casal teria mantido essa funcionária, que não teve seu nome revelado, em condições análogas à escravidão, sofrendo agressões, sem receber salário por anos, além de não ter acesso aos armários ou geladeira do local. A vítima só conseguiu fugir em 2000, com a ajuda de uma vizinha, durante uma viagem dos patrões pelo Brasil. A polícia americana foi acionada e o caso passou a ser investigado.
Com isso, o FBI indiciou Renê, que se naturalizou norte-americano, foi condenado a seis anos de prisão no país pelos crimes. Margarida, por sua vez, se livrou da condenação e fugiu para a capital paulista, onde passou a morar na mansão de seus pais desde então.
"Mari", como se apresentou aos vizinhos, aparece poucas vezes no exterior do local, além de sempre usar um tipo de creme branco em toda face. Alguns dizem que ela utiliza o produto para não ser reconhecida, outros pensam que ela pode ter uma doença de pele.