Jair Renan, quarto filho do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), fruto do casamento com Ana Cristina Valle, revelou em seu podcast Zer04, que foi ao ar na última quinta-feira (30/06), que sofre "terror psicológico" do pai e que apanha da mãe, segunda mulher do político, que está sendo investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por suspeitas de envolvimento em esquema de rachadinhas.
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"Meu pai me prendia muito, fui conhecer o mundo de 16 para 17 anos, só desavença, só brigava comigo, só fazia merda também. Até hoje, tive oportunidade de fazer muita merda, não perdi nenhuma! Hoje em dia sou mais centrado. Hoje em dia vejo o exemplo que ele e minha mãe queriam dar para mim", declarou.
Na sequência, o filho caçula entre os filhos homens do chefe do Executivo disse que o pai faz "terror psicológico" e ele destacou que prefere apanhar a que "falem em seu ouvido".
"Minha mãe me bate e ele (meu pai) faz terror psicológico. Eu prefiro que me bata do que faça minha cabeça, falar no meu ouvido. Aquilo que eu fico duas semanas pensando no que ele falou. Depois que terminou o casamento com meu pai, minha mãe foi morar fora. Fiquei cinco ou seis anos com meu pai. Hoje moro com ela", explicou.
Durante o bate-papo, Jair Renan evitou falar de política, mas comentou sobre a vida em Brasília, fazendo um paralelo com sua rotina anterior, no Rio de Janeiro.
"Aqui em Brasília é até engraçado. É diferente de qualquer lugar do Brasil, aqui tem baba ovo, puxa-saco, um dando pernada em outro. Os influenciadores se matam, ninguém quer ver o outro crescer. Ainda mais por ser capital do país, cidade política, o negócio aqui é intenso", destacou.
Vale destacar, que Jair Renan é alvo de investigação que apura supostas práticas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O processo foi aberto pelo MPF (Ministério Público Federal) em março de 2021, após a empresa do quarto herdeiro do presidente, intitulada "Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia", ter a festa de inauguração custeada por uma produtora que prestava serviços ao governo federal.
Renan nega que tenha interferido na agenda do governo ou recebido vantagens por isso. A investigação foi aberta depois que o jornal O Globo divulgou que o filho de Jair Bolsonaro teria recebido um carro elétrico de representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, avaliado em R$ 90 mil.
Um mês após a doação, em outubro de 2020, a empresa conseguiu agendar um encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com participação de Renan.