Há um ano, Lina Pereira dos Santos, mais conhecida como Linn da Quebrada, realizava um de seus maiores sonhos desde que decidiu fazer a transição de gênero: a cirurgia para implantar silicone nos seios.
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A cantora e atriz abriu o jogo e revelou na época durante uma live nas redes sociais o que a fez aderir às próteses, já que "nunca sentiu que havia nascido no corpo errado". Na época, a artista afirmou que se sente livre para ser o que quiser - e não ter um rótulo de 'homem' ou 'mulher'.
"Passei muito tempo me perguntando se queria ou não colocar meus peitos, se era ou não a hora, por diversas questões. Mas dentre elas, eu sempre fui muito apaixonada por mim e pelo meu corpo. Nunca entendi ou senti que havia nascido no corpo errado. Amo cada transformação, cada mudança, cada movimento, e justamente por isso eu sabia que continuaria me amando ainda mais", iniciou.
"Eu sentia que precisava me deslocar. Transmutar. Criar um novo órgão em mim para desorganizar um pouco mais o mundo lá fora. Para gerar outras dúvidas. Para que tivessem menos certeza. Mas principalmente para que eu me olhasse, mais uma vez, como se não me conhecesse. Para que eu fosse outra. Transtornar-me. De novo. Mudar para ainda assim permanecer a mesma, só que diferente", afirmou.
A artista trans reivindica também o título de travesti. A transição não começou tão cedo como se imagina. Linn veio de uma família de testemunhas de Jeová. Ainda Lino, seu antigo nome, ela já se percebia na infância ser diferente das outras crianças.
"Lembro do primeiro dia que, com um camisetão, sem revelar muito, mas entregue na sombra e na silhueta, percebi que minha postura estava mudando. Senti um peso no plexo solar se aliviando. Senti que podia baixar a guarda. Senti que não precisava provar nada a ninguém. Eu chorei porque me senti livre. Me sinto livre pra não ser nem homem nem mulher. Eu posso ser eu", declarou.
"Se aos 30 anos eu venho me perguntando quem sou eu, agora não tenho dúvida: eu sou travesti, tenho peito, tenho pau... É muito chique. Sou binária dentro da minha feminilidade. Tenho me achado tão gostosa, tenho me amado tanto. Tenho tesão em mim. Se antes da cirurgia eu estava vivendo um momento da minha libido muito baixa, por causa dos hormônios, depois da cirurgia eu me sinto viva, num fogo por mim. Sinto muito desejo por mim, porque sou gostosa", celebrou.
Chamada de Júnior pelos familiares quando mais nova, Linn teve os mesmos conflitos que qualquer transgênero sofre e falou sobre a sensação de "levar o Júnior embora".
"Os cortes embaixo do meu peito denunciam. Eu matei o Junior. E tudo que eu posso dizer pra vocês é que é muito chique ser eu".
Linn da Quebrada
"Me sinto livre pra não ser nem homem nem mulher. Eu posso ser eu. Quem quiser ainda assim me chamar no masculino, que o faça, o peito não garante nada, mas eu sei quem eu sou. Eu sou ela. Eu sou travesti. Eu amo ser travesti. Eu crio sobre minha própria existência. Eu mato e morro para continuar viva", finalizou.
Na legenda do vídeo do IGTV no Instagram, Linn escreveu: "De peito aberto. sobre meu processo de peitificação. Criando um órgão em mim capaz de desorganizar o caos que me habita".
Confira, abaixo:
Integrante do Camarote do BBB22, reality show da TV Globo, ela conseguiu alterar a certidão de nascimento e a identidade com seu novo gênero duas semanas antes de entrar na casa mais vigiada do Brasil. Nas redes, a sister exibiu com orgulho a documentação atualizada.
Dentro do confinamento, Linn da Quebrada falou com os brothers sobre o medo de trocar de roupa ou tomar banho, e deixar escapar suas partes íntimas e sofrer algum ataque transfóbico nas redes sociais.
"Eu fico insegura. Lá fora, por exemplo, se vazar algumas coisas... Um pouco de bolas, talvez", brincou a ativista social. " Se vazar imagens daqui, de eu tomando banho. Eu tenho muito medo", acrescentou.