Aos 46 anos, Bárbara Paz revelou em entrevista ao podcast Almasculina, de Paulo Azevedo, que se reconhece como pessoa não-binária, ou seja, não se identifica nem como mulher nem como homem, e que segue buscando entender quem é.
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Durante o bate-papo, com o ator, jornalista e produtor cultural, a artista afirmou que a pluralidade é importante tanto profissional, como pessoal.
"Sou uma pessoa inquieta. Uma mulher, um homem, não-binária. Descobri que sou não-binária há pouco tempo. Um amigo meu falou que eu era, e eu acreditei, entendi. Sou uma pensadora, uma diretora, uma cineasta, uma atriz, uma pintora, uma escritora. Nas horas vagas a gente tenta tudo com as mãos, com a cabeça, com o cérebro e com a imaginação".
Bárbara Paz
"A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar. Sou uma pessoa de fazer o que tenho dentro, o que não é pouco", explicou.
Bárbara relembrou que a questão da sexualidade não era um tema tratado por seus pais. "Não tive a cultura dentro de casa de perguntar sobre sexualidade. Tudo o que aprendi foi lendo em revistas. Não se falava disso. Se falavam, não me lembro, porque eu nunca me questionei muito. Se é homem ou mulher, do que você gosta. Para mim, você gosta de pessoas", disse.
"Eu fui o homem da casa. Mesmo sendo criança, eu me sentia responsável por aquilo tudo. Sentia que tinha que cuidar da casa", afirmou Paz, que perdeu a mãe aos 17 anos.
"O ser masculino dentro de mim tem muitas razões de ser. Muitos homens habitam dentro de mim. Quando ouvi esse discurso do não-binário, do transgênero, pensei: "Será que se tivesse escutado isso com 12 ou 13 anos, eu teria achado que eu era pelo fato de eu sentir isso?". E não estou falando de sexualidade, mas de sensação. Às vezes eu me olhava no espelho e me sentia um garoto”, revelou.
"Eu me olho no espelho hoje e sou uma mulher com peito, bunda, curvas... E você fala: "Nossa, é superestranho". Muitas vezes. Não é que eu não gosto. É estranho às vezes. E às vezes eu gosto. Então, gosto de ser menino e de ser menina. Pode? Hoje pode! Então hoje chama não-binário? Isso! Nossa, que legal! Então, está tudo certo eu falar isso? Não. Então, cada vez mais a gente consegue respirar e ser a gente. E isso não tem a ver com sexualidade, se gosto de mulher ou de homem. Gosto de pessoas. Até agora, me apaixonei por homens, mas gosto de pessoas."
Bárbara Paz
Recentemente, Demi Lovato também declarou ser uma pessoa não-binárie. Estrela da música norte-americana disse preferir usar pronomes neutros — que em inglês são "they/them" (eles/deles, na tradução) e serve para se referir a homens, mulheres e pessoas não-binárias.
Confira, abaixo, a entrevista da atriz e diretora ao podcast: