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ADEUS! 

Como lidar com o luto?  

A morte é a única certeza da vida. E, mesmo sabendo que ela é inevitável, preferimos não pensar muito a respeito, apesar de ser um grande mistério.


  

 

 

Nenhum ser humano quer lidar com o cessar completo da vida, da existência. E, em tempos de muitas perdas, como estamos vivendo, há mais de um ano em meio a uma pandemia, é preciso aprender a enfrentar a dor da partida seja de um amigo (a), familiar ou até de uma celebridade. 

 

É difícil imaginar um mundo sem essa pessoa querida, porque ele vai continuar existindo, só que ele ou ela não vai mais estar aqui, e é preciso reunir forças e seguir em frente... não é fácil, mas é necessário.


   

 

A morte certamente é pior para quem fica nesse mundo do que para quem parte dele. Para quem fica, a saudade aperta o peito, sobram as lembranças, o legado e o luto que precisa ser sentido e tratado. 

 

Luto é um sentimento de tristeza profunda pela morte de alguém, um conjunto de comportamentos e emoções, consequência de uma perda muito impactante.   

 

Existe o luto pessoal, que é aquele sentido por uma pessoa, por exemplo, quando ele ou ela perde um ente querido como um avô, avó, pai, mãe, filho, filha, marido, esposa ou alguém muito próximo, e o luto coletivo, que é o que acomete comunidades, como o ataque a creche, na cidade de Saudades, no Sul do estado de Santa Catarina, o rompimento das barragens da mineradora Vale de Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a queda do avião com os jogadores da Chapecoense, o incêndio no Edifício Joelma em São Paulo, da boate Kiss na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul e do Ninho do Urubu no Rio de Janeiro.


 

 

Também ocorre quando os grandes ídolos morrem, como a cantora Elis Regina, o piloto Ayrton Senna, integrantes da banda Mamonas Assassinas, o apresentador Gugu Liberato e o ator e humorista Paulo Gustavo.

 

O ato de velar um corpo, conhecido como velório é uma cerimônia bastante tradicional em nossa cultura. Por meio dele, as pessoas se despedem dos entes queridos. No entanto, por causa da pandemia, foi preciso inserir nesse ritual alguns protocolos de segurança, e centenas de famílias se viram obrigadas a passar pelo processo de morte e luto de um ente querido à distância ou em cerimônias solitárias.


 
 

 

Desta forma, a tecnologia se tornou aliada na hora da despedida, através de participações de parentes via chamada de vídeo.  
 
“Os rituais diante da morte são muito importantes, porque regularizam as experiências, fornecem um lugar seguro, desde um lugar físico, até um lugar afetivo importante para expressão das emoções, para que as pessoas possam enfrentar este momento juntas. Com a Covid-19 esses rituais, que tinham função apaziguadora, organizadora, não estão acontecendo, e isso representa um risco para o luto complicado após a morte, porque não foram feitas as despedidas”, afirma a professora Maria Helena Pereira Franco, coordenadora do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre Luto da PUC-SP.


  
 
 
Luto é algo que acontece ou vai acontecer ao menos uma vez na vida de todas as pessoas, de qualquer parte do mundo. Não existem fórmulas mágicas ou receitas infalíveis para lidar com a morte de alguém. O luto é para ser vivido, mas você não pode viver do luto. 
 
O processo de luto é totalmente individual, cada um tem a sua própria maneira e tempo de interpretar esse vazio e a dor, que pode ser minimizado por ações conjuntas, como os rituais fúnebresmissas e homenagens.


 
 
A expressão do luto pode se dar por manifestações físicas, como o choro, palpitações, insônia, dores, falta de apetite e emocionais, como a raiva, o medo, a culpa, o choque, a tristeza e a ansiedade. No entanto, há quem se comporte de maneira silenciosa. Ou seja, não há um estereótipo ou uma regra a ser seguida para expressar a morte. 
 
Entretanto, apesar de muito doloroso é necessário sentir o luto. É importante o enlutado viver esse momento de modo a conseguir superar a perda, afirma a psicóloga Marilene Kehdi.  
 
O principal conselho da profissional para tornar esse momento desolador é ter uma rede apoio, pessoas que ofereçam acolhimento, conforto e um espaço seguro para o enlutado se sentir confortável para desabafar.


 
 
Marilene garante que o desabafo ajudará a amenizá-la a dor da perda. Ela explica que quanto maior for o vínculo do enlutado com o ente querido, maior e mais intenso será o luto e, dependendo do caso, é necessário procurar auxílio de um profissional.