O falecimento de Paulo Gustavo na útima terça-feira (04/05) representou um rombo na cultura popular brasileira. Dono de um humor ácido e muito acessível, Paulo ajudou a 'colocar no mapa' um já tradicional bairro do subúrbio do Rio de Janeiro: O Méier, localizado na Zona Norte da cidade. Suas piadas sobre o local ficaram famosas com o programa Vai que cola, do Multishow.
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Com a popularização do Méier, conheça algumas riquezas de um dos bairros mais tradicionais do Rio e sempre lembrado por Paulo Gustavo em seu humor:
Baixo-Méier
No 'carioquês', 'Baixo' é o local do bairro onde se concentram restaurantes, bares e botecos 'pé sujo'. Muito se fala sobre o Baixo-Gávea, Baixo-Leblon e até Baixo-Tijuca, outro charmoso bairro da Zona Norte do Rio. Mas o 'Baixo' mais próximo do suburbano em geral fica no Méier, bem 'colado' na estação de trem. O estabelecimento mais requisitado entre os integrantes do 'Baixo-Méier' é o Reza Forte, maior bar do ponto e conhecido por culinária variada, além do tradicional chopp.
O coreto mais antigo
É muito comum pelas praças cariocas, a presença de coretos; pequenas construções usadas para celebrações religiosas, festas de carnaval e reuniões. O coreto do Méier, segundo a Prefeitura da cidade, é o mais antigo do Rio de Janeiro, tendo sido fundado em 1914. A área que cerca o pequeno pavilhão tem 13 mil metros quadrados e compõe o Jardim do Méier, um dos pontos mais famosos do bairro.
Imperator
O Centro Cultural João Nogueira abriga o Imperator, casa de shows e teatro localizada no Méier. Com a morte do artista, Vereadores da cidade estudam mudar o nome do local para Teatro Paulo Gustavo. E não se engane: apesar de ser 'suburbano', o espaço já recebeu inúmeras visitas ilustres, como Steve Vai, a banda Megadeth e Bob Dylan. Estes são só alguns exemplos de shows marcantes que o Imperator sediou. Entram na lista ícones da música brasileira, como Vanessa da Mata, Jorge Aragão e Gilberto Gil.
A casa também ajudou a fomentar o cenário musical local. O festival Rio Novo Rock era um evento que trazia bandas independentes da cidade para tocarem em um palco cheio de histórias. Ingresso acessível, música autoral e a chance de dar estrutura e dignidade para artistas eram lemas defendidos pela organização. O evento já não ocorre mais no local, mas balançou com a cultura carioca e fez muita gente se deslocar da Zona Sul para se divertir no subúrbio.
Como todo bairro suburbano, o Méier é um local de gente trabalhadora; uns com mais dinheiro, outros com menos, mas é um lugar com muita história e importância para o Rio de Janeiro. Seus quase 50 mil habitantes vivem em uma atmosfera que equilibra bem a animação sburbana com recantos mais familiares.
Valdo, personagem de Paulo Gustavo, demorou quatro temporadas e um filme inteiro de Vai que cola para entender o quão importante era o Méier para ele. Já Paulo, nos presenteou com um personagem que zomba de quem não conhece a história de sua cidade e não entende o quão pode ser feio não conhecê-la.