O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo fez duras críticas e pediu a seus seguidores que boicotem Medida Provisória, o primeiro longa dirigido por Lázaro Ramos quando a obra cinematográfica chegar aos cinemas.
Em publicações no Twitter neste sábado (20/3) Sérgio diz que o diretor do longa-metragem, “finge combater o racismo enquanto o fomenta. Não é isso o que Brasil quer. Somos um só povo”.
Em outro tuíte, escreveu: “Sinopse: Medida Provisória manda cidadãos brasileiros pretos ‘de volta’ para a África, à força. O diretor diz que tudo acontece num ‘futuro distópico’. Balela. Sabemos muito bem que, para a esquerda, a tal distopia é o Governo Bolsonaro”.
Para o presidente o filme “é bancado com recursos públicos” visto que foi produzido com o apoio da Ancine (Agência Nacional de Cinema) que é um órgão oficial do governo federal do Brasil. E Camargo ainda diz que Medida Provisória acusa o governode praticar “crimes de racismo”, publicou o presidente da Fundação Palmares nas sua rede social.
"Não vi e não gostei".
Sérgio Camargo
O filme faz uma acusação criminosa contra o presidente Jair Bolsonaro e 57 milhões de brasileiros, de todos os tons de pele, que votaram nele. Lázaro Ramos, dessa vez como diretor, finge combater o racismo enquanto o fomenta. Não é isso o que o Brasil quer. Somos um só povo! %uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 pic.twitter.com/1b83NZ1dsU
Sinopse: Medida Provisória manda cidadãos brasileiros pretos "de volta" para a África, à força. O diretor diz que tudo acontece num "futuro distópico". Balela. Sabemos muito bem que, para a esquerda, a tal distopia é o governo Bolsonaro.
Lázaro Ramos divulgou uma nota oficial publicada pelo UOL, em que afirma que o filme Medida Provisória é baseado na peça de Namíbia, Não! do ano de 2011. “É um filme distópico assim como várias obras realizadas na última década, a exemplo de tantos como Handmaid’s Tale e Black Mirror. Lázaro ainda afirma que qualquer comentário sobre o filme é feito em cima de suposições ou desejo de polêmica, pois ninguém ainda assistiu à obra a não ser quem esteve nos festivais onde o filme foi exibido com extremo sucesso vide as mais de 24 críticas positivas da obra”, diz Ramos.
Sobre as acusações da produção ter sido bancada pela Ancine. A assessoria do filme disse à publicação que Medida Provisória foi feito com base nas regras vigentes à época.
“Informamos que o filme foi feito com base nas regras vigentes à época da Ancine – com base no Artigo 3A, fundo setorial de 1A, além de merchandising – como todos os filmes realizados no país”, salientou ao UOL.
Medida Provisória tem elenco de peso como Taís Araujo, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Seu Jorge, Jéssica Ellen, Emicida, Alfred Enoch e mais de 70 outros artistas estão no longa. O roteiro é de Lázaro Ramos e os co-roteiristas são Elísio Lopes Jr e Aldri Anunciação.
O filme em outubro de 2020 foi exibido no Festival de Moscou e no de Memphis, no qual o longa ganhou o prêmio Indie Memphis Film Festival, na categoria de Melhor Roteiro. Recentemente a atriz, Taís Araujo esposa de Lázarocomemorou nas suas redes sociais a indicação do filme no Festival SXSW, no Texas, nos Estados Unidos.
A trama se passa em um futuro distópico, no qual o governo brasileiro emite uma medida que expulsa os cidadãos negros do país e os obrigam a retornarem à África. No entanto, dois primos se recusam a obedecer a medida imposta pelo governo e se refugiaram em um apartamento, onde debatem questões sociais, raciais e políticas.
O filme premiado internacionalmente tem estreia marcada no Brasil para o segundo semestre de 2021.