O genocídio real que virou filme de terror

A Maldição da Mulher que Chora, longa-metragem da Guatemala, foi indicado ao Globo de Ouro de 2021

Divulgação
A Maldição da Mulher que Chora foi escrito e dirigido por Jayro Bustamante (foto: Divulgação)

Quando vemos o título do longa, parece ser só um filme de terror, mas o contexto real é muito maior. A Maldição da Mulher que Chora, indicado para o Globo de Ouro de 2021, que será entregue no dia 28 de fevereiro, conta com importantes representações culturais do seu país de origem. 

 

O longa foi indicado na categoria "Melhor Filme em Língua Estrangeira" e é uma obra histórica. É o primeiro filme da Guatemala a competir no Globo de Ouro e conta, de fato, um mito latino-americano que é conhecido como a lenda da mulher que afogou seus filhos. Sua alma, arrependida, procurando-os chorando durante à noite. Mas essa história funciona apenas como um pano de fundo para algo mais real e assustador: o genocídio da população maia da Guatemala. 

 

Os crimes aconteceram nos anos entre 1981 e 1983, durante a guerra civil na Guatemala (que durou 36 anos, de 1960 a 1996). Milhares de ingígenas, sejam adultos ou crianças, foram brutalmente assassinados em suas aldeias, que posteriormente foram destruidas. O filme recria os abusos cometidos pelos militares e funciona também como um importante retrato histórico. 

 

A deputada e ex-ministra da saúde da Guatemala, Lucrecia Hernández Mack, exaltou o longa metragem em seu twitter: 

"Além do orgulho de ter um filme guatemalteco indicado, a história que ele conta é muito relevante. Obrigado". 

 

O filme também está indicado para outra premiação dedicada aos filmes ibero-americanos, chamada Goya, que ocorre na Espanha no dia 6 de março. Porém, no dia 15 saberemos se o filme foi notado e indicado pelo Oscar, um dos mais importantes prêmios do cinema mundial.

 

 

 

 

 

 

MAIS SOBRE CINEMA