A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulga, nesta terça-feira (9/2), a pré-lista de indicados ao Oscar 2021. Os 15 selecionados nesta fase (cinco a mais do que nos anos anteriores, devido à pandemia) representam uma prévia da lista final, que será anunciada em 15 de março. A 93ª cerimônia do Oscar está prevista para 25 de abril, no Teatro Dolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
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DOENÇA
O documentário sobre Hector Babenco (1946-2016) traça um paralelo entre a carreira do cineasta e as doenças enfrentadas por ele em seus últimos anos de vida. Nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, Babenco foi indicado ao Oscar de melhor diretor por O beijo da mulher aranha (1985). Também dirigiu Pixote: A lei do mais fraco (1982), Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977) e Carandiru (2003), clássicos da cinematografia brasileira.Atriz e diretora, Bárbara Paz, que foi casada com Babenco, mostra os medos e ansiedades do cineasta, além de memórias e reflexões. A produção foi premiada como melhor documentário nos festivais de Veneza, na Itália, em 2019, e de Viña Del Mar, no Chile, em 2020.
Desde o anúncio do filme como representante brasileiro no Oscar, a equipe iniciou uma corrida contra o tempo para divulgá-lo entre os votantes da Academia de Hollywood. Foram feitos debates, lives e exibições on-line, além de campanha de financiamento coletivo para arrecadar R$ 200 mil, meta atingida. Caso o filme apareça na pré-lista, será iniciada a segunda fase da campanha, cujo objetivo é arrecadar mais R$ 300 mil.
A última vez em que o Brasil teve um longa entre os pré-selecionados na categoria de melhor filme estrangeiro ocorreu em 2008, com O ano em que mais pais saíram de férias (2006), de Cao Hamburger.
Outra produção brasileira que pode fazer parte da pré-seleção de 2021 é o curta de animação Umbrella. Criado, escrito e dirigido por Helena Hilario e Mario Pece, está qualificado para disputar uma vaga no Oscar e se tornar a primeira produção nacional indicada nessa categoria.
Sem diálogos, Umbrella conta a história de Joseph, menino que vive no orfanato e sonha em ter um guarda-chuva amarelo. O encontro com uma garota que acompanha a mãe até o local para fazer doações lhe traz nova perspectiva da vida.
A história é inspirada em um fato vivenciado pela irmã da diretora. Escrito em 2011 e lançado em 2019, o curta foi selecionado para 19 festivais ao longo de 2020, o que o qualificou para disputar a vaga no Oscar.
O documentário em curta-metragem Carne, da diretora Camila Kater, também pode ser contemplado hoje. O filme percorreu trajetória de sucesso em festivais internacionais, como o Toronto International Film, Annecy, IDFA, AFI, DOK e Leipzig, recebendo cerca de 70 prêmios no Brasil e no exterior. Eleito o segundo melhor curta-metragem brasileiro de 2019 pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, foi um dos finalistas no European Film Awards de 2020.
A qualificação para Carne concorrer ao Oscar veio depois de vencer o Zinebi, Festival Internacional de Documentários e Curtas-Metragens de Bilbao, na Espanha, como melhor curta documentário. Por ser um evento qualificador, as produções premiadas pelo júri oficial ficam automaticamente aptas a concorrer a uma nomeação na disputa da Academia de Hollywood.
CORPO
Carne retrata a diversidade das vivências da mulher com seu corpo a partir de cinco personagens. Rachel, Larissa, Raquel, Valquiria e Helena passam por experiências de acordo com as respectivas faixas etárias, orientações sexuais, etnias e constituições corpóreas.Como forma de conferir essa diversidade à estética do filme, cada fase e personagem foi criada com técnicas de animação específicas e por uma animadora diferente.