Uma sombrinha amarela é capaz de muita coisa. É o que mostra o curta-metragem de animação Umbrella, produção brasileira dirigida pelo casal Helena Hilario e Mario Pece, que estreia nesta quinta-feira (7/1) no YouTube. O filme já alcançou resultados impressionantes, ainda mais em se tratando de uma produção de diretores estreantes.
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“O que podemos fazer neste período é tentar chamar a atenção dos membros da Academia, já que não sabemos quem vota na categoria. Mas, chegando lá ou não, estamos felizes, pois o Brasil, até então, foi indicado em 2016 pelo longa de animação O menino e o mundo, do Alê Abreu. E teve as indicações do Carlos Saldanha, que é brasileiro, mas suas produções não são (Saldanha dirigiu o longa O touro Ferdinando e o curta A aventura perdida de Scrat, indicados em 2018 e 2004, respectivamente)”, diz Helena.
MEMÓRIAS
Umbrella é um filme de oito minutos com uma mensagem simples, direta e universal. Joseph é um menino que vive em um orfanato e sonha em ter um guarda-chuva amarelo. A visita de uma garota que vai fazer doações no local abre o baú de memórias de Joseph.Não há diálogos, mas uma trilha sonora marcante (composta por Gabriel Dib e executada por orquestra de 30 instrumentos), que conduz a narrativa a um final positivo. Umbrella é o primeiro curta autoral da Stratostorm, estúdio com sede em São Paulo (mas também com escritório em Los Angeles), especializado em animação 3D, CGI e até então voltado para a produção publicitária.
A narrativa foi inspirada em uma passagem vivida pela irmã de Helena. A família da diretora e produtora é de Palmas, no interior do Paraná. “Em dezembro de 2011, minha irmã foi a um abrigo em Palmas para doar brinquedos para o Natal. Ali ela encontrou um menino de 4, 5 anos, que disse que não queria brinquedo. Pediu um guarda-chuva, e ela achou estranho, pois estava um dia superbonito de sol. Conversando com ele, o menino falou que o dia em que o pai o deixou ali estava chovendo e que ele havia prometido que iria buscá-lo, mas nunca mais voltou”, conta Helena.
Campanha por Babenco
A atriz e diretora Bárbara Paz lançou uma campanha de financiamento coletivo para impulsionar a campanha de seu longa Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou ao Oscar. O filme sobre a vida do diretor brasileiro de origem argentina Hector Bebenco (1946-2016), com quem Bárbara foi casada, foi o escolhido pelo Brasil como seu representante na categoria melhor filme internacional e tentará também uma indicação a melhor documentário. A meta da campanha é obter R$ 200 mil até o próximo dia 31 e R$ 350 mil numa segunda etapa. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood deve divulgar em 9 de fevereiro próximo os 10 finalistas entre os 92 filmes inscritos ao Oscar de melhor filme internacional. Os concorrentes à estatueta serão conhecidos em 15 de março. O longa está disponível nas plataformas de streaming NetNow, Looke, Vivo Play e Oi Play, depois de ter estreado nos cinemas, em novembro passado.