“Será um festival forte”, avisa o cineasta Silvio Tendler, curador dos 30 filmes que compõem o 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa nesta terça-feira (15/12) e será encerrado no domingo (20/12).
“Vamos fazer mais de 10 mesas de debates, três oficinas e três mostras de filmes”, informa Tendler, antes de apontar o “inquebrantável” elemento do evento: a garra. Desde que surgiu, em 1965, a mostra nunca deixou de ocorrer. Em 2020, não será diferente, mas, desta vez, devido à pandemia, ela terá de ocorrer em outro formato.
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“Precisamos manter o cinema, a cultura e a arte mais vivos do que nunca. Nossa luta continua”, pontua o cineasta, diretor de Os anos JK, entre outros filmes.
“O cinema sempre prevaleceu, mesmo durante os anos de ditadura. E agora, com a pandemia, faremos o mesmo festival, com a mesma tenacidade.”
A conjuntura atípica fez com que apenas uma ficção – Longe do paraíso, de Orlando Senna – fosse incluída entre os títulos da Mostra Oficial Longa-Metragem. Há cinco documentários no páreo pelo troféu Candango: os longas Espero que esta te encontre e que estejas bem, de Natara Ney; A luz de Mario Carneiro, de Betse de Paula; Entre nós talvez estejam multidões, da dupla Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito; Por onde anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos; e Ivan, O TerrirVel, assinado por Mario Abbade.
“Há uma tendência acontecendo: o documentário tem ocupado grande espaço da criação cinematográfica”, diz Tendler. No pacote, há, ainda, 12 filmes na Mostra Oficial Curta-Metragens. Na Mostra Brasília, serão oito curtas e quatro longas.
O evento fez parcerias com o Canal Brasil, que incluirá na programação os seis longas da Mostra Oficial, e com a plataforma dos canais Globo, na qual serão exibidas as outras 24 produções selecionadas. Esse formato, já colocado em prática nos festivais de Gramado, Fortaleza e Recife, permite acesso ampliado a filmes que, antes, ficavam restritos aos cinemas e ao público local.
“É uma evolução de parcerias muito antigas com cada festival que estamos transmitindo. A adaptação dos eventos à pandemia foi tão urgente que criamos o nosso próprio modelo de apoio”, comenta André Saddy, diretor do Canal Brasil.
Outras transmissões ocorrerão pelo canal no YouTube da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, caso do anúncio dos premiados, na segunda-feira (21), às 20h.
PROGRAMAÇÃO
LONGAS
.No Canal Brasil, às 23h
Terça (15/12)
Espero que esta te encontre e que estejas bem (PE, RJ, MS), documentário de Natara Ney
Quarta (16/12)
Longe do paraíso (BA), ficção de Orlando Senna
Quinta (17/12)
A luz de Mario Carneiro (RJ), documentário de Betse de Paula
Sexta (18/12)
Por onde anda Makunaíma? (RR), documentário de Rodrigo Séllos
Sábado (19/12)
Entre nós talvez estejam multidões (MG e PE), documentário de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
Domingo (20/12)
Ivan, O TerrirVel (RJ), documentário de Mario Abbade
CURTAS
.Na plataforma Canais Globo
De quarta (16) a domingo (20) – A morte branca do feiticeiro negro (SC), de Rodrigo Ribeiro; A tradicional família brasileira Katu (RN), de Rodrigo Sena; Distopia (BA), de Lilih Curi; Guardião dos caminhos (RJ), de Milena Manfredini; Inabitável (PE), de Matheus Faria e Enock Carvalho; Inabitáveis (ES), de Anderson Bardot; Noite de seresta (CE), de Muniz Filho; Ouro para o bem do Brasil (RJ), de Gregory Baltz; Pausa para o café (PR), de Tamiris Tertuliano; República (SP), de Grace Passô; Quanto Pesa (MA), de Breno Nina; e Vitória (MG), de Ricardo Alves Jr.