Nestes tempos de intolerância religiosa, o longa Família de axé, dirigido por Tetê Moraes, aborda a trajetória de Alberto Ribeiro Santana, pai de santo baiano, e seu empenho em resgatar saberes ancestrais herdados da África.
Terreiros de candomblé ganham destaque no documentário rodado em Salvador. O filme está em cartaz nas plataformas de streaming, depois de participar dos festivais do Rio e de Brasília, em 2019, e do Inffinito Brazilian Film, em Miami e Nova York, este ano.
Em 1985, Tetê Moraes conheceu Alberto Santana, ao produzir um documentário para a emissora britânica BBC. Os dois se tornaram amigos e, agora, a cineasta é uma espécie de fio condutor de Família de axé. Sua proposta foi filmar pessoas desconhecidas, depois da produção que dedicou ao músico João Donato.
“É uma história cheia de coragem, fé, alegria e superação de dificuldades, preconceitos e de discriminações, afirmação de uma raça e identidade cultural”, resume Tetê. Ela destaca a importância de Família de axé no atual momento histórico, em que as religiões afro-brasileiras são alvo de preconceito, com integrantes sofrendo atos de intolerância e de violência.
“Torna-se um filme muito oportuno quando são questionadas conquistas democráticas como a diversidade de raça, orientação sexual e religiosa”, afirma a diretora.
Tetê assinou os documentários Terra para Rose (1987) e Sonho de Rose (2000) – ambos sobre o movimento sem-terra. Também lançou O sol (2006), sobre o Brasil pós-golpe militar de 1964, e Nasci para bailar – João Donato Havana/Rio (2009).
FAMÍLIA DE AXÉ
.Documentário de Tetê Moraes
.Disponível nas plataformas NetNow, Vivo Play e Oi Play