Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, está empolgado com a chegada do Disney+ ao Brasil, na próxima terça-feira. "Você sabe que o Brasil tem os melhores fãs do mundo, e especificamente os melhores fãs da Marvel do mundo", disse ele em entrevista ao Estadão, por telefone. Uma de suas últimas viagens foi justamente ao País, para a CCXP, em dezembro passado. "Esse público, em particular, vai mergulhar no conteúdo do Universo Cinematográfico Marvel na plataforma."
saiba mais
Lançamentos da literatura que ajudam a entender o racismo no Brasil
Galpão, Luna Lunera e Armatrux apostam no palco virtual
'The crown' estreia sua quarta e melhor temporada neste domingo (15)
'Thor: Amor e Trovão' é comparado a 'Vingadores 5'; entenda por quê
Eleição de 2018 e luta por moradia marcam mostra de documentários
A pandemia fez com que pela primeira vez não houvesse nenhum lançamento com a assinatura Marvel nos cinemas, com exceção de 2009. Pior: a companhia também deixou para o ano que vem a estreia de suas séries feitas especialmente para o Disney . Mas Feige disse estar entusiasmado de supervisionar também as séries de televisão - programas como Agentes da S.H.I.E.L.D e Demolidor eram feitos pela Marvel TV para canais como a ABC nos Estados Unidos ou para a Netflix. "Tudo aconteceu na hora perfeita", disse Feige. "Estávamos terminando o que chamamos agora de Saga do Infinito, com Vingadores: Guerra Infinita e indo para Ultimato, quando a Disney nos disse que iam lançar o streaming. Foi muito empolgante podermos exercitar nossa criatividade num novo meio e num novo formato."
Isso significa que as séries agora fazem oficialmente parte do mesmo universo e estão conectadas aos filmes - sim, vai ser preciso ver os programas no Disney para entender a narrativa contínua dos longas. As três primeiras - WandaVision, Falcão e Soldado Invernal e Loki - acontecem depois dos eventos de Vingadores: Ultimato. No caso de Loki (Tom Hiddleston), reencontramos o levado e amado irmão de Thor logo depois de ele pegar o Tesseract e desaparecer em Ultimato. Outros personagens que vão estrelar séries do Disney , como Ms. Marvel, She-Hulk e Cavaleiro da Lua, podem no futuro também aparecer no cinema. "Pela primeira vez, de forma bem direta e conectada, as histórias vão se entrelaçar entre o Disney e os filmes", contou Feige.
A primeira série, WandaVision, uma espécie de sitcom com Wanda Maximoff, conhecida como Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), e Visão (Paul Bettany), vai ser lançada em janeiro. O trailer provocou reações de surpresa com o formato de sitcom, com cenas em preto e branco. "Eu acho que a reação foi perfeita: o quêeeee? O que estão aprontando agora? O que é isso? Porque eu acho que é isso que mantém a originalidade, não saber o que esperar", afirmou Feige. Para ele, WandaVision é o pontapé inicial ideal. "Porque é uma carta de amor não apenas para os personagens e sua história nos quadrinhos, mas também à televisão." Bettany se mostrou igualmente animado. "A série é tão doida quanto o trailer", contou o ator em entrevista ao Estadão. "E fica mais doida ainda. Filmamos na frente de uma plateia. A história vai percorrendo as décadas, ficando mais complexa, como um quebra-cabeças que você precisa resolver para descobrir o que de fato está acontecendo nessa cidade, com esse casal. Mal posso esperar para as pessoas verem. Na verdade, eu mal posso esperar para ver! Estou empolgado."
O Disney representa uma expansão do universo Marvel, com experimentação de formatos e a chance de explorar melhor os atores e os personagens. "Podemos exibir o talento de Paul Bettany e Elizabeth Olsen em cada episódio. Conhecemos os personagens há anos, mas eles nunca tiveram chance de ter suas próprias tramas", informou Feige. "E isso vale para Falcão e Soldado Invernal e para o amado Loki."
Como Kevin Feige consegue fazer tudo isso e manter a coesão do universo é uma questão. "Eu tenho uma equipe ótima", garantiu, modestamente. "Nós somos um time relativamente pequeno, que trabalha há tempos junto, porque costumamos promover as pessoas de dentro. Todos compartilhamos a mesma paixão e sabemos que é um privilégio trabalhar nesses projetos."
A covid-19 interrompeu a produção de algumas séries e filmes e jogou as datas de lançamento para 2021, quando o mundo espera ter uma vacina. Mas, segundo Feige, pouca coisa precisou ser reformulada. "A ordem dos longas continua a mesma. E nós já voltamos a produzir faz alguns meses, o que era importante. Os protocolos e medidas de segurança são de primeira linha. E estão indo bem. Conseguimos terminar tudo o que tinha sido interrompido pela pandemia", disse ele, que espera poder estrear os filmes em breve nos cinemas, "como deve ser", antes de eles viverem para sempre no Disney . Mas considera o serviço de streaming o milagre do ano. "Foi bom, porque permitiu que as pessoas mergulhassem nos filmes que já fizemos e ficassem empolgadas pelas séries que estão chegando." Agora chegou a vez dos brasileiros.