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CINEMA

Veja destino de filmes cuja estreia em BH foi interrompida em março

O longa nacional Disforia atraiu apenas 316 espectadores nas salas de cinema do país - Foto: Sofá Verde/divulgação
A pandemia pegou os cinemas desprevenidos. Em 12 de março, uma quinta-feira, 12 filmes estreavam em Belo Horizonte. Seis dias depois, um decreto da prefeitura fechou as salas, devido ao confinamento social para combater o novo coronavírus.


No próximo sábado (31), elas serão reabertas, mas o estrago está feito. Restou a 10 daqueles 12 longas buscar abrigo em plataformas de streaming ou tentar a sorte na internet, oferecidos para venda ou aluguel.

Somados, os 12 lançamentos arrecadaram R$ 5,97 milhões, alcançando 384.341 espectadores no país, de acordo com o site Filme B, especializado no mercado cinematográfico. Algumas dessas produções foram exibidas em drive-ins durante a quarentena ou em salas que já voltaram a funcionar em outras cidades.

Para se ter uma ideia da devastação causada pela pandemia, as 12 estreias corresponderam a 3,77% da renda e a 3,88% do público de Coringa, sucesso de bilheteria do ano passado. O longa de Todd Phillips que deu o Oscar de melhor ator a Joaquim Phoenix, lançado no país em 3 de outubro de 2019, foi visto por 9.889.471 espectadores, arrecadando R$ 158,49 milhões, de acordo com o Filme B.



SAÍDA Nesses sete meses, o jeito foi buscar novas telas. O lançamento mais aguardado de março – O oficial e o espião –, por exemplo, entrou em cartaz nas plataformas on-line. O longa rendeu a Roman Polanski, de 87 anos, o prêmio de melhor diretor concedido pela Academia Francesa de Filmes, apesar da intensa campanha contra ele devido à condenação por estupro nos anos 1970, caso ocorrido nos Estados Unidos. Em 1978, o cineasta se mudou para a Europa, fez acordo com a vítima, mas a polêmica voltou aos holofotes devido ao movimento Mee Too.

Em Belo Horizonte, o longa de Polanski chegou a ser exibido em salas do Cine Belas Artes, Diamond Mall e Ponteio. No Brasil, a bilheteria somou apenas R$ 234,8 mil, com público de 10.234 espectadores. O filme está disponível na Apple TV (R$ 14,90) e no Looke (R$ 4,99, aluguel; R$ 19,99 compra).

Entre as 12 estreias de março em BH, o maior número de exibições coube a Bloodshot, longa de Dave Wilson protagonizado por Vin Diesel. A história do ex-soldado em busca de vingança depois de ter sua memória apagada conseguiu arrecadar R$ 2,95 milhões no país, com 190,6 mil espectadores.



“Expulso” da telona – depois de estrear em 16 salas da capital mineira –, Vin Diesel está em cartaz na HBO GO. O filme também pode ser assistido nas plataformas Apple TV (R$ 44,90, compra), Google Play (R$ 24,90, compra), YouTube (R$ 29,90, compra), Looke (R$ 16,99, locação), Microsoft Play (R$ 33,90, compra) e UOL Play (R$ 15,90, locação).

O norueguês Terremoto iniciou sua temporada belo-horizontina em 14 salas. Abatido pelo coronavírus, o drama teve 32,6 mil espectadores e arrecadou R$ 519,8 mil no país. Em 4 de outubro, ele reestreou no Telecine Play. Também está disponível no Google Play (R$ 19,90, compra) e no Looke (R$ 9,99, locação; R$ 29,99 compra).

SURTO

Naquela fatídica semana de março, o brasileiro Solteira quase surtando, de Caco Souza, estreou em 12 salas – foi o quarto lançamento mais expressivo na capital. Estrelada por Mina Nercessian, a comédia sobre a moça às voltas com a menopausa precoce somou R$ 328,6 mil nas bilheterias do país, assistida por 19,7 mil pessoas.



Fechados os cinemas, o filme foi lançado no Net Now/Claro Vídeo (R$ 14,90, locação; R$ 29,90, compra), Apple TV/ iTunes (R$ 14,90 e R$ 29,90), Google Play (R$ 14,90, compra) e YouTube (R$ 14,90, compra).

Em Aprendiz de espiã, longa do diretor Peter Segal, um agente da CIA metido a durão (Dave Bautista) tem seu disfarce descoberto. Como punição, é incumbido de ensinar a Sophie (Chloe Coleman), de 9 anos, os segredos da espionagem. O “filme família” estreou em 11 salas de BH, mas nem esquentou lugar por causa do coronavírus. Desembarcou na Amazon Prime em 26 de junho, depois de arrecadar R$ 241,6 mil nas salas brasileiras. Só 15,2 mil espectadores puderam conferi-lo na telona.

A pandemia castigou a produção francesa As primeiras férias não se esquece jamais!. Lançado em apenas uma sala no Ponteio, o filme de Patrick Cassir não teve sorte no circuito nacional. A comédia sobre um casal que se conhece no Tinder e decide passar as férias junto foi assistida por apenas 489 pessoas nas salas de cinema, arrecadando R$ 7,36 mil. Restaram a ela as plataformas de streaming – Apple TV (R$ 14,90, compra), Google Play (R$ 14,90, compra) e Looke (R$ 9,99, locação; R$ 29,99, compra)

Nóis por nóis, dirigido por Aly Muritiba e Jandir Santin, foi visto por apenas 153 pessoas em março - Foto: Olhar Distribuição/divulgação

FRACASSO

Pior foi o destino do brasileiro Disforia, dirigido por Lucas Cassales. O thriller de suspense sobre um psicólogo às voltas com sensações estranhas ao atender garota misteriosa foi visto por apenas 316 espectadores no cinema, arrecadando R$ 4,7 mil. Em BH, mal ficou em cartaz no Belas Artes e no Shopping Cidade. O jeito foi migrar para a Amazon Prime Video. O longa também está disponível no YouTube (R$ 6,90, locação; R$ 24,90, compra).



Outro longa nacional prejudicado pela COVID-19 foi Fim de festa, dirigido por Hilton Lacerda. Em 12 de março, ele estreou no Shopping Ponteio, em BH. Foi visto por cerca de 3 mil pessoas no país, com bilheteria de R$ 60,8 mil. Agora, a trama sobre o brutal assassinato de uma jovem francesa no carnaval do Recife pode ser vista na Apple TV (R$ 7,90, locação; R$ 12,90, compra), Google Play (R$ 6,90 e R$ 19,90) e Looke (R$ 9,99 e R$ 29,99).

O francês Mulher, de Anastasia Mikova e Yann Arthus-Bertrand, foi lançado em apenas uma sala do Ponteio. No Brasil, somou apenas 289 espectadores, arrecadando R$ 5,2 mil. No documentário, agora disponível no Telecine Play, mulheres de 50 países discutem maternidade, educação, casamento, independência financeira e sexualidade.

Atração do Cine Belas Artes em março, Nóis por nóis, de Aly Muritiba e Jandir Santin, não teve melhor sorte. Estrelado por Ma Ry, Maicon Douglas e Otávio Linhares, foi o lançamento com a pior média de público nas salas do país, atraindo apenas 153 espectadores e arrecadando R$ 2.083. Coube à trama sobre uma festa de rap que muda a vida de quatro jovens tentar a sorte na Apple TV (R$ 14,90, locação; R$ 19,90, compra), Google Play (R$ 6,90 e R$ 19,90) e YouTube (R$ 6,90 e R$ 24,90).




TERROR

Dos 12 filmes lançados em março na capital mineira, A maldição do espelho e Doce entardecer na Toscana ainda não chegaram às plataformas. O primeiro, produção de terror russa dirigida por Aleksandr Domogarov, estreou em 15 salas da cidade. No país, foi visto por 107,9 mil espectadores e arrecadou R$ 1,57 milhão.

Drama assinado pelo polonês Jacek Borcuchor e exibido no Cine Belas Artes em março, Doce entardecer na Toscana atraiu 2,6 mil pessoas no país, com bilheteria de R$ 43,5 mil.

*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria