Como prever os infortúnios que Os novos mutantes, longa baseado em quadrinhos da Marvel e parte do bem-sucedido universo X-Men, iria passar quando iniciou sua pré-produção em abril de 2017? O elenco reúne jovens estrelas como Maisie Williams, de Game of thrones, e Anya Taylor-Joy.
O orçamento era modesto para filmes de super-heróis, fazendo com que o retorno financeiro fosse mais garantido. Porém, adiamentos por conflito de datas e alterações do roteiro, a fusão da Fox com a Disney e a pandemia fizeram com que a produção, que teve seu primeiro trailer divulgado em outubro de 2017, chegasse somente em 28 de agosto aos cinemas dos EUA. No Brasil, ele é exibido desde quinta-feira passada (22).
saiba mais
Filmes brasileiros conquistam espaço na Netflix
Filmes e séries destacam a luta dos povos indígenas da Amazônia
Mais de 40 filmes de terror nacionais são exibidos em mostra online
Veja destino de filmes cuja estreia em BH foi interrompida em março
Qualquer gato vira lata 2 é o filme da Sessão da tarde nesta segunda
“O processo foi muito frustrante por causa das mudanças”, afirma o diretor e corroteirista Josh Boone. A data inicial de lançamento, 3 de abril de 2018, virou 22 de fevereiro de 2019, e, com a junção de Fox e Disney, foi adiada para 2 de agosto de 2019 e depois para 3 de abril de 2020. A pandemia impossibilitou a estreia há seis meses.
THRILLER
Os novos mutantes tem pegada mais de thriller psicológico do que de filme de super-herói. Boone o descreve como mistura de O clube dos cinco com A hora do pesadelo, passando por Um estranho no ninho. Na trama, Dani Moonstar (Blu Hunt) acorda num hospital semiabandonado depois de enfrentar experiência traumática. Comandado pela Doutora Rey- es (Alice Braga), o lugar abriga outros quatro adolescentes, todos traumatizados e lidando com habilidades especiais recém-reveladas.
Os novos mutantes tem pegada mais de thriller psicológico do que de filme de super-herói. Boone o descreve como mistura de O clube dos cinco com A hora do pesadelo, passando por Um estranho no ninho. Na trama, Dani Moonstar (Blu Hunt) acorda num hospital semiabandonado depois de enfrentar experiência traumática. Comandado pela Doutora Rey- es (Alice Braga), o lugar abriga outros quatro adolescentes, todos traumatizados e lidando com habilidades especiais recém-reveladas.
“Eles estão passando por transformações, tentando controlar seus poderes”, diz Maisie Williams. Enquanto Dani, de ascendência indígena, consegue criar ilusões a partir dos medos das outras pessoas, a russa Ili- yana Rasputin (Anya Taylor-Joy) é imprevisível e tem poderes de feitiçaria. A escocesa Rahne Sinclair (Maisie Williams) ganhou o dom de se transformar em lobo. O americano Sam Guthrie (Charlie Heaton) pode se lançar no espaço e o brasileiro Roberto da Costa (Henry Zaga) manipula a energia solar.
O diretor Josh Boone, que escreveu o roteiro com Knate Lee, diz que tentou ser o mais fiel possível aos quadrinhos, montando elenco diverso. Blu Hunt tem antepassados indígenas, por exemplo. Mas a escolha de Henry Zaga para um personagem que normalmente aparece como negro ou pelo menos de origem mista gerou críticas.
“Dependendo do artista dos quadrinhos, às vezes ele é afrodescendente, às vezes não. Para nós, era importante encontrar o brasileiro que encarnasse as características de que precisávamos. Vimos brasileiros de todos os tons, mas Henry era o melhor”, afirma Boone.
A série X-Men surgiu no auge da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, quando negros brigavam para derrubar leis de segregação racial. Os mutantes sempre foram vistos como alegoria de quem é diferente, seja por conta da cor da pele, do gênero ou da orientação sexual. O novo longa segue a tradição, com diversidade de origens e tons, mas também traz o romance entre Dani e Rahne.
JORNADA
“Cada adolescente e cada jovem consegue se identificar com a jornada para descobrir seu próprio caminho, quem é, o que ama e o que não ama e como se aceitar”, comenta Alice Braga. “Esse filme vai ser ótimo para o Brasil, porque fala de aceitação. Estamos num período muito complicado no país, com preconceito, homofobia e falta de compreensão. Fico empolgada, pois jovens brasileiros vão poder se ver, se reconhecer e ter orgulho de si”, afirma a atriz.
“Cada adolescente e cada jovem consegue se identificar com a jornada para descobrir seu próprio caminho, quem é, o que ama e o que não ama e como se aceitar”, comenta Alice Braga. “Esse filme vai ser ótimo para o Brasil, porque fala de aceitação. Estamos num período muito complicado no país, com preconceito, homofobia e falta de compreensão. Fico empolgada, pois jovens brasileiros vão poder se ver, se reconhecer e ter orgulho de si”, afirma a atriz.
Originalmente, uma sequência se passaria no Brasil. Mas a fusão com a Disney, a pandemia e a bilheteria modesta derrubaram essa ideia. Com tudo o que ocorreu, a estreia de Os novos mutantes já foi, em si, uma vitória.