Na versão brasileira de um de seus episódios, Chaves criou um de seus bordões mais populares ao dizer que “preferia ver o filme do Pelé”. Hoje em dia, o personagem mexicano precisaria ser mais específico sobre a produção cinematográfica a que se referia. Afinal de contas, o Rei do Futebol, que completou 80 anos na sexta-feira, não apenas atuou, como foi tema de documentários e surgiu em filmes de ficção interpretado por outra pessoa.
saiba mais
Séries e documentários mostram bastidores do mundo musical; confira
Com Nicole Kidman e Hugh Grant, série The undoing estreia hoje na HBO
Deborah Colker busca sua 'salvação' com o espetáculo 'Cura'
Marvel tem reunião secreta com roteiristas do Quarteto Fantástico
Mais de 40 filmes de terror nacionais são exibidos em mostra online
Na segunda-feira (26), às 18h, o Canal Brasil exibe Os trombadinhas (1979). O longa tem Pelé como o personagem principal da trama policial envolvendo menores infratores da capital paulista. Interpretando a si mesmo, o jogador, que havia acabado de encerrar o contrato com o New York Cosmos pendurando as chuteiras de vez, assume o papel de detetive. Ele não é o único notável envolvido na produção.
O filme é dirigido por Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1962, com O pagador de promessas. O roteiro foi escrito por Carlos Heitor Cony. O elenco contou com Paulo Villaça, Paulo Goulart e Raul Cortez. Apesar desse timaço, o filme acabou mais conhecido por alguns memes – como a cena em que Pelé diz, ironicamente, ser Jô Soares e joga uma arma para o companheiro fazendo o drible da “lambreta” – do que pela aceitação da crítica.
O filme é dirigido por Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1962, com O pagador de promessas. O roteiro foi escrito por Carlos Heitor Cony. O elenco contou com Paulo Villaça, Paulo Goulart e Raul Cortez. Apesar desse timaço, o filme acabou mais conhecido por alguns memes – como a cena em que Pelé diz, ironicamente, ser Jô Soares e joga uma arma para o companheiro fazendo o drible da “lambreta” – do que pela aceitação da crítica.
COM BOBBY MOORE E
SYLVESTER STALLONE
Se nos gramados teve parceiros como Garrincha e Tostão, como ator Pelé pôde contracenar com o craque inglês Bobby Moore e o meio-campista argentino Osvaldo Ardiles em Fuga para vitória (1982). O elenco contou também com Sylvester Stallone e Michael Caine. Sob direção de John Huston, eles interpretam combatentes aliados prisioneiros dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Para tentar escapar, desafiam os alemães para uma partida de futebol – papel que Pelé pôde desenvolver com mais desenvoltura. A revista alemã OneFootball o escolheu como o melhor filme já feito sobre futebol em uma edição deste ano.
ESTREIA NA TELONA
COM GRANDE OTELO
A trajetória de Pelé como ator começou quando ele ainda reinava com a bola nos pés. A primeira atuação foi em 1969, na novela Os estranhos, da TV Excelsior, ao lado de Regina Duarte, no papel de Plínio Pompeu. No cinema, a estreia ocorreu em 1971, um ano depois da consagração da Seleção Brasileira no tricampeonato mundial. Na comédia O barão Otelo no barato dos bilhões (1971), estrelada por Grande Otelo, Pelé vive o abastado Doutor Arantes, que ajuda o protagonista João Sem-Direção em seus trambiques. O longa está disponível na plataforma Looke.
O REI DO FUTEBOL AO
LADO DOS TRAPALHÕES
Em 1986, o ilustre tricordiano se juntou a mestres da comédia nacional em Os Trapalhões e o Rei do Futebol. Desta vez, o craque “muda de lado” e aparece como o repórter esportivo Nascimento, que tem a missão de ajudar Renato Aragão e companheiros e derrubar o esquema de corrupção montado pelos dirigentes do time em que jogam os Trapalhões. Último trabalho de Carlos Manga como diretor, o longa atraiu 3,65 milhões de pessoas às salas de cinema.
SEXO E CONSTRANGIMENTO
NO FILME PEDRO MICO
O Camisa 10 mostrou versatilidade nos sets, atuando em filmes de diferentes gêneros. No drama A marcha (1972), ele interpreta o ex-escravo Chico Bondade, que lidera um levante abolicionista no Brasil escravocrata. O elenco contou com Paulo Goulart e Nicette Bruno, mas o filme, que aborda questões sociais do país, não empolgou a crítica. Em Pedro Mico, de 1985, Pelé viveu seu maior desafio em cena.
No drama dirigido por Ipojuca Pontes, com roteiro baseado na peça homônima de Antonio Callado, ele gravou cenas de sexo. Em entrevista à TV Globo, ele revelou o constrangimento e a dificuldade para realizá-las. “O filme tem uma cena mais erótica e eu não tinha muita experiência. Aí o diretor diz: ‘Que é isso, rapaz? Tem que fazer a coisa real, isto aqui é um filme’. Eu morria de vergonha, porque a atriz (Tereza Rachel, com quem contracenava) era a mulher dele. Demorei a tarde toda pra terminar a cena”, contou.
No drama dirigido por Ipojuca Pontes, com roteiro baseado na peça homônima de Antonio Callado, ele gravou cenas de sexo. Em entrevista à TV Globo, ele revelou o constrangimento e a dificuldade para realizá-las. “O filme tem uma cena mais erótica e eu não tinha muita experiência. Aí o diretor diz: ‘Que é isso, rapaz? Tem que fazer a coisa real, isto aqui é um filme’. Eu morria de vergonha, porque a atriz (Tereza Rachel, com quem contracenava) era a mulher dele. Demorei a tarde toda pra terminar a cena”, contou.
O JOGADOR SEMPRE
ROUBOU A CENA
Apesar de sua variada experiência na frente das câmeras, o maior futebolista da história nunca conseguiu escapar da máxima de ser, como ator, um extraordinário jogador. Talvez por isso, alguns dos filmes mais celebrados envolvendo sua figura o mostram exatamente onde reinava. O Canal Brasil exibirá o documentário Isto é Pelé, de Eduardo Escorel e Luiz Carlos Barreto. Lançado em 1974, quando ele ainda jogava embora já se encaminhasse para a aposentadoria, o filme traz imagens de gols, bastidores e conquistas de Copa do Mundo, além de entrevistas. O longa está disponível no serviço on demand Net Now.
TECNOLOGIA RECRIA
O GOL MAIS BONITO
Em 2004, a carreira de Pelé ganhou abordagem mais completa, beneficiada por recursos tecnológicos, registrando o brilhantismo do craque. O diretor Anibal Massaini Neto lançou Pelé eterno, documentário que participou do festival de Cannes em 2005, fora da seleção oficial. A produção ganhou o prêmio especial Città di Roma, destinado ao cinema latino. O filme mostra 400 dos 1.281 gols marcados pelo Rei, inclusive alguns que não foram registrados por uma câmera.
É o caso do antológico gol contra o Juventus da Mooca, no estádio da Rua Javari, em 1959, considerado por Pelé o mais belo de sua carreira. A jogada foi recriada em computação gráfica com participação do craque, que refez os movimentos. Com fotos, depoimentos e participação do jogador, o filme é considerado por muita gente o mais amplo material já produzido no cinema sobre Pelé.
É o caso do antológico gol contra o Juventus da Mooca, no estádio da Rua Javari, em 1959, considerado por Pelé o mais belo de sua carreira. A jogada foi recriada em computação gráfica com participação do craque, que refez os movimentos. Com fotos, depoimentos e participação do jogador, o filme é considerado por muita gente o mais amplo material já produzido no cinema sobre Pelé.
O ÚLTIMO SHOW NO
NEW YORK COSMOS
A lendária carreira do jogador, recheada de glórias, continua rendendo outras produções. Em 2019, a 10ª edição do Cinefoot – Festival de Cinema de Futebol exibiu, em Belo Horizonte, o italiano O último show de Pelé (L’ultimo spettacolo di Pelé), dirigido por Emanuela Audisio e Matteo Patrono, lançado em 2018. O curta documental mostra a trajetória dele no futebol dos Estados Unidos, destacando seu último título como jogador, em 1977, pelo New York Cosmos.
DRAMA BIOGRÁFICO
À MODA DE HOLLYWOOD
A vida de Pelé inspirou um drama biográfico sob a ótica de Hollywood. Lançado em 2016, Pelé: O nascimento de uma lenda, dirigido e escrito pelos norte-americanos Jeff e Michael Zimbalist, mostra como o garoto nascido em Três Corações (interpretado por Leonardo Lima Carvalho) chegou a Santos, se formou jogador e realizou o sonho do pai, Dondinho (Seu Jorge), de fazer o Brasil campeão mundial de futebol. Com Kevin de Paula no papel de Pelé adulto, o filme aborda o dilema que o mineiro teria vivido, dividido entre se enquadrar nos ortodoxos esquemas táticos europeus ou deixar fluir a ginga e o talento, aos 17 anos, para ajudar o Brasil a conquistar a Copa de 1958. O longa está disponível no serviço sob demanda Vivo Play.
NO CINEMA
Ator
» 1971
O barão Otelo no barato dos bilhões
.Como Doutor Arantes
» 1972
A marcha
.Como Chico Bondade
» 1979
Os trombadinhas
.Como Pelé
» 1982
Fuga para vitória
.Como Luis Fernandez
» 1983
A vitória do mais fraco
.Como Pelé
» 1985
Pedro Mico
.Como Pedro Mico
» 1986
Os Trapalhões e o Rei do Futebol
.Como repórter Nascimento
» 1987
Hotshot
.Como Pelé
Documentários
» 1962
O Rei Pelé
.Direção: Carlos Hugo Christensen
» 1974
Isto é Pelé
.Direção: Eduardo Escorel e Luiz Carlos Barreto
» 2004
Pelé eterno
.Direção: Anibal Massaini Neto
» 2018
O último show de Pelé
.Direção: Emanuela Audisio e Matteo Patrono
Personagem
» 2016
Pelé: O nascimento de uma lenda
.Interpretado por Kevin de Paula e Leonardo Lima Carvalho
Na TV
» 1969
Os estranhos
.Como Plínio Pompeu. Participação na novela da TV Excelsior