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A equipe de campo foi reduzida com duas ou três pessoas com uso de máscaras, óculos de proteção e e outros equipamentos de segurança. Todas as gravações presenciais foram feitas em SP, mas também fizeram entrevistas on-line com sociológos, infectologistas e historiadores do Brasil afora. "Começamos em março, então já são sete meses de projeto, com uma equipe remota de vinte pessoas. Todos profundamente engajados pelo tema", afirmou os diretores.
"Antes da pandemia, na falsa promessa do auto-empreendedorismo, embarcavam em uma realidade na qual eram obrigados a responder por todos os riscos sem assistência ou amparo legal de seus contratantes", contou.
Durante as gravações, a realidade dos entrevistados mudava do dia pra noite: "um entregador nos dava um depoimento e na semana seguinte seria bloqueado sem aviso, sofreria um acidente, teria uma fratura exposta..." Eles relatarm que os entregadores trabalhamsem qualquer proteção dada pelas empresas de aplicativo, em condições de trabalho predatórias, em jornadas de 12 a 20 horas diárias e raras pausas para descanso e alimentação.
De acordo com os diretores, muitos desempregados pela quarentena tornaram-se entregadores de apps, mais do que dobrando a frota de motoboys e bikeboys desses serviços de delivery. "Quem conseguia ganhar R$100 em oito horas de trabalho agora não alcançava esta meta trabalhando treze horas seguidas", contou.
O documentário está disponível gratuitamente no Youtube. Clique aqui para assisistir. A obra tem 14:59 minutos e deixa muitas reflexões.
Concientização
Os diretores pontuam que não são contra os aplicativos pois entendem que fazem parte da dinâmica da sociedade contemporânea. Eles Questionamo o sistema onde as novas relações trabalhistas não possuem a regulamentação mínima para garantir o bem estar social de milhares de pessoas e apenas intensificam a já grave desigualdade entre os estratos sociais.
"Também não podemos terceirizar a responsabilidade da empresa para os clientes, como vemos os aplicativos fazendo ao incentivar os clientes a aumentar sua gorjeta. É muito fácil proceder desta maneira, que ajuda apenas superficialmente os entregadores e não promove uma transformação profunda, além de isentar as empresas de suas responsabilidades trabalhistas básicas: a melhor maneira de auxiliar a luta dos entregadores é amplificar suas vozes e reivindicações: só a pressão popular pode levar a mudanças", finalizaram.