Em um momento em que os cinemas lutam para voltar à normalidade durante a pandemia da COVID-19, o lançamento do primeiro blockbuster de Hollywood em seis meses, Tenet, de Christopher Nolan, arrecadou US$ 20,2 milhões em cinco dias na América do Norte.
Para um filme visto como provável sucesso de bilheteria, os números seriam preocupantes para a Warner Bros. Pictures, sua distribuidora, não fosse a situação incomum pela qual a indústria cinematográfica atravessa devido à pandemia.
Com orçamento de produção de cerca de US$ 200 milhões, o lançamento do filme representou uma ousada aposta. “Em nível nacional, Tenet estreou no extremo inferior de expectativas: US$ 20 milhões até segunda-feira”, informou ontem a empresa especializada Exhibitor Relations.
O lançamento ocorreu em plena pandemia, com muitas salas ainda fechadas ou funcionando com capacidade reduzida. “Literalmente, não há contexto com o qual comparar os resultados da estreia de um filme durante uma pandemia com qualquer outra circunstância”, disse a Warner Bros, em comunicado.
Tenet, trama que mistura espionagem e ficção científica, estreou na quarta-feira (3) com a esperança de atrair público ao cinema após meses de confinamento.
O longa teve resultados melhores fora dos Estados Unidos, onde os cinemas voltaram a abrir há mais tempo, de acordo com o site Hollywood Reporter, arrecadando cerca de US$ 150 milhões.
Em contraste, a Disney optou por lançar o filme Mulan, no fim de semana, diretamente em sua plataforma de streaming. Aposta que analistas acreditam que pode mudar Hollywood para sempre.
HEROÍNA
O filme de US$ 200 milhões sobre a lendária guerreira chinesa estava programado para chegar às telas em março, mas foi uma das primeiras vítimas da pandemia de coronavírus.
O filme de US$ 200 milhões sobre a lendária guerreira chinesa estava programado para chegar às telas em março, mas foi uma das primeiras vítimas da pandemia de coronavírus.
“A decisão de fazê-lo estrear no Disney+ foi um choque para muitos de nós”, disse o ator Jason Scott Lee, que interpreta o principal vilão do filme, acrescentando que a produção foi “feita para ser vista na tela grande”.
“No início foi devastador”, disse Tzi Ma, que interpreta o pai de Mulan. “Mas depois de um dia ou mais, pensei no lado bom... Com a COVID-19, nossas responsabilidades aumentam. Queremos manter todos seguros.”
A Disney está conduzindo um experimento de exibição sob demanda que pode alterar drasticamente a maneira como as pessoas assistem a filmes.
Ao contrário do estúdio de Tenet, que terá que dividir a receita de bilheteria com os cinemas, o estúdio do Mickey ficará com 100% da receita de Mulan. O assinante da plataforma Disney tem de pagar US$ 30 adicionais para assistir ao filme da guerreira chinesa.