Quando teve início o processo de seleção dos curtas-metragens que entrariam na sétima edição do Festival de Finos Filmes, realizado em São Paulo, o período de isolamento social não havia começado. Assim que o mundo “parou” por causa da doença, o evento teve de ser repensado.
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Os filmes estão disponíveis gratuitamente na plataforma Spcine Play. São produções que tocam em temas caros a estes tempos, como racismo, memória, tecnologia, corpo. E cinema, claro.
Abrindo a mesa virtual de debates estão o ator Lázaro Ramos e a escritora Ana Maria Gonçalves, que nesta noite, por meio do canal do Museu da Imagem e do Som (MIS-SP) no YouTube, conversam sobre o tema “Resgatar o passado, construir o futuro”, a partir dos filmes Sem asas (Renata Martins) e A morte branca do feiticeiro negro (Rodrigo Ribeiro).
“A gente acredita na presença coletiva do cinema, o festival sempre foi mais de debates do que de filmes. A partir da experiência do (festival) É Tudo Verdade, que abriu as portas do on-line para os eventos de cinema, fizemos as adaptações”, comenta Felipe Poroger, idealizador do Finos Filmes.
Poroger diz que o formato on-line do evento não é definitivo. “Até então, o festival era todo em cinema (as edições passadas foram realizadas em vários espaços da capital paulista). O virtual é um caminho sem volta, pois ele certamente muda o modo como se relacionam os eventos culturais.”
É a primeira vez que o evento leva suas produções para a Spcine Play. Desde outubro de 2018 no formato atual, com média de 250 produções via streaming, a plataforma assistiu a um crescimento enorme durante a quarentena.
Em comparação com 2019, houve, nos seis primeiros meses de 2020, aumento de 430% de visualizações. Até o início do isolamento, a Spcine Play funcionava da seguinte forma: havia filmes ligados a mostras e festivais de São Paulo exibidos gratuitamente e também produções brasileiras licenciadas que eram pagas (R$ 3,99 o aluguel por 48 horas).
Em comparação com 2019, houve, nos seis primeiros meses de 2020, aumento de 430% de visualizações. Até o início do isolamento, a Spcine Play funcionava da seguinte forma: havia filmes ligados a mostras e festivais de São Paulo exibidos gratuitamente e também produções brasileiras licenciadas que eram pagas (R$ 3,99 o aluguel por 48 horas).
“Em março, no início da pandemia, conseguimos renegociar os filmes pagos para que fiquem gratuitos até o fim do ano. Isso, naturalmente, já abre espaço para que produtores independentes, que não têm filmes em festivais ou plataformas digitais, tragam suas produções para a gente. É bom para nós e para eles, pois atrai uma maior visibilidade”, comenta Dilson Neto, coordenador da Spcine.
Em maio, os filmes mais acessados da plataforma foram o mineiro Vaga carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr., São Paulo em hi-fi, de Lufe Steffen, e Carandiru, de Hector Babenco.
7º FESTIVAL DE FINOS FILMES
Desta terça-feira (30) a domingo (5), em youtube.com/missaopaulo. Os filmes selecionados estarão disponíveis no Spcine Play (www.spcineplay.com.br) até 8 de julho.
PROGRAMAÇÃO
Terça (30) – Às 20h. Ana Maria Gonçalves, Lázaro Ramos e Isabela Reis debatem o tema “Resgatar o passado, construir o futuro”, a partir dos filmes Sem asas (Renata Martins) e A morte branca do feiticeiro negro (Rodrigo Ribeiro)
Quarta (1º/7) – Às 18h. Dina Alves, Helena Ignez e Alice Marcone e Sarah Oliveira falam sobre corpo e liberdade a partir dos filmes Carne (Camila Kater), Liberdade é uma palavra (Stephanie Ricci) e Bonde (Asaph Luccas)
Quinta (2/7) – Às 18h. Eliane Caffé, Eugênio Bucci, Sthefany de Paula e Yasmin Santos falam sobre produção de imagens e filmes como instrumento de resistência a partir de Imagens de um sonho (Leandro Olímpio) e Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados (Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo, Pedro Maia de Brito)
Sexta (3/7) – Às 18h. Christiane Jatahy, Michel Laub, Silvana Bahia e Rita Mattar discutem arte, memória e tecnologia a partir dos filmes Recoding art (Bruno Moreschi, Gabriel Pereira), Luis Humberto: O olhar possível (Mariana Costa, Rafael Lobo) e Sangro (Tiago Minamisawa, Bruno Castro e Guto BR)
Sábado (4/7) – Às 15h. João Paulo Miranda e Antônio Pitanga, diretor e ator do longa Casa de antiguidades, conversam com Laís Bodanzky sobre a situação do cinema brasileiro
Domingo (5/7) – Às 15h. Pastor Henrique Vieira e Felipe Poroger conversam sobre tempo e política a partir dos filmes Aos cuidados dela (Marcos Yoshi), Baile (Cintia Domit Bittar) e Guaxuma (Nara Normande)