Eram 34 indicações no total, metade delas nas categorias cinematográficas, terreno no qual a Netflix ainda luta para consolidar uma relevância semelhante àquela que tem nas séries que produz. Entretanto, a gigante do streaming saiu da 77ª edição do Globo de Ouro, na noite de domingo (5), em Los Angeles, com apenas um troféu para seus filmes originais – o de melhor atriz coadjuvante para Laura Dern, a advogada especialista em divórcios de História de um casamento.
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A atriz Patricia Arquette foi a única a mencionar o conflito entre Estados Unidos e Irã em seu discurso de agradecimento no Globo de Ouro - Foto: Frederic J. Brown/AFP
Investindo progressivamente em cinema nos últimos anos, com ampla divulgação e presença massiva de grandes astros no elenco e na direção de seus filmes originais, a empresa tenta contornar a desconfiança do público sobre seus longas, cuja popularidade não pode ser medida em bilheteria. Porém, o esforço ainda não foi traduzido em grandes prêmios, com exceção do mexicano Roma, de Alfonso Cuarón, que no ano passado faturou diversos troféus importantes.
Investindo progressivamente em cinema nos últimos anos, com ampla divulgação e presença massiva de grandes astros no elenco e na direção de seus filmes originais, a empresa tenta contornar a desconfiança do público sobre seus longas, cuja popularidade não pode ser medida em bilheteria. Porém, o esforço ainda não foi traduzido em grandes prêmios, com exceção do mexicano Roma, de Alfonso Cuarón, que no ano passado faturou diversos troféus importantes.
Muito se debateu sobre a legitimidade da participação de títulos lançados diretamente na plataforma digital, cumprindo apenas uma cota mínima de exibição em salas, em disputas voltadas ao cinema. O número robusto de indicações no Globo de Ouro apontava para uma aceitação da Netflix nessa seara, mas não foi o que o resultado da noite demonstrou.
O drama de guerra 1917, de Sam Mendes, ficou com os troféus de melhor filme e melhor diretor, derrotando Martin Scorsese, a quem Mendes fez questão de homenagear em seu discurso de agradecimento como melhor diretor. Mas, ao receber o prêmio principal, o diretor mandou um recado para a Netflix: “É difícil fazer filmes sem grandes astros no elenco para que as pessoas vejam no cinema. Espero que as pessoas vejam na tela grande, porque essa foi a nossa intenção”.
Produzido pela Dreamworks Pictures e distribuído pela Universal, 1917 mostra uma história totalmente filmada em plano-sequência, ambientada na Primeira Guerra Mundial, na qual dois soldados precisam atravessar o campo inimigo e entregar uma mensagem. Nos papéis principais estão os jovens Dean-Charles Chapman (Game of thrones), de 22 anos, e George MacKay (Capitão fantástico), de 27. Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho) também está no elenco. O filme estreia no Brasil no próximo dia 23.
ESPERANÇA Na competição entre os filmes de comédia ou musical, a esperança da Netflix era com Meu nome é Dolemite, trama biográfica sobre o humorista Rudy Ray Moore, estrelada por Eddie Murphy, que corria por fora. Entretanto, Era uma vez em... Hollywood encontrou seu primeiro grande prêmio, depois de estrear no Festival de Cannes, no qual competiu pela Palma de Ouro e foi superado pelo sul-coreano Parasita.
O celebrado filme de Bong Joon-ho, aliás, confirmou seu favoritismo e levou o Globo de Ouro de melhor longa estrangeiro. Nas categorias individuais, as possibilidades da Netflix eram fortes, com nomes da potência de Anthony Hopkins (Dois papas), Al Pacino e Joe Pesci (O irlandês) concorrendo a melhor ator coadjuvante. Mas o prêmio ficou com Brad Pitt, fazendo de Era uma vez em... Hollywood o grande vencedor da noite, com três troféus, já que o de melhor roteiro foi para Quentin Tarantino.
Nem mesmo as atuações notáveis de Adam Driver e Scarlett Johansson, vivendo o casal em processo de separação de História de um casamento, foram premiadas. Os troféus nos filmes de drama foram para Renée Zellweger, por Judy, e Joaquin Phoenix, o Coringa, afastando a hipótese de que o perfil do personagem poderia minar as chances de prêmio do ator. O polêmico filme sobre o vilão ainda foi premiado em melhor trilha sonora, entregue à musicista islandesa Hildur Guðnadóttir, única mulher entre os cinco indicados, dando à vitória um significado especial para o público.
Entre as comédias e musicais, os prêmios de atuação principal foram para a atriz e cantora Awkwafina, por A despedida, e Taron Egerton, que interpretou Elton John na cinebiografia Rocketman. O biografado esteve presente na cerimônia e ainda levou o prêmio de melhor canção original, com I'm gonna love me again.
QUEM LEVOU
Confira os vencedores
do Globo de Ouro 2020
CINEMA
Filme de Drama
.1917
Filme de Musical ou Comédia
.Era uma vez em … Hollywood
Atriz em Filme de Drama
.Renée Zellweger (Judy)
Ator em Filme de Drama
.Joaquin Phoenix (Coringa)
Atriz em Filme Musical ou Comédia .Awkwafina (A despedida)
Ator em Filme Musical ou Comédia
.Taron Egerton (Rocketman)
Atriz Coadjuvante
.Laura Dern (História de um casamento)
Ator Coadjuvante
.Brad Pitt (Era uma vez... em Hollywood)
Direção
.Sam Mendes (1917)
Roteiro
.Quentin Tarantino
.(Era uma vez... em Hollywood)
Filme em Língua Estrangeira
.Parasita (Coreia do Sul)
Animação
.Link perdido
Trilha Sonora Original
.Hildur Guonadóttir (Coringa)
Canção Original
.I'm gonna love me again (Rocketman)
TV
Série de Drama
.Succession
Série de Comédia ou Musical
.Fleabag
Minissérie ou Filme para TV
.Chernobyl
Atriz em Minissérie ou Filme para TV
. Michelle Williams (Fosse/Verdon)
Ator em Minissérie ou Filme para TV .Russell Crowe (The loudest voice)
Atriz em Série de Drama
. Olivia Colman (The crown)
Ator em Série de Drama
.Brian Cox (Succession)
Atriz em Série de Comédia ou Musical .Phoebe Waller-Bridge (Fleabag)
Ator em Série de Comédia ou Musical
.Ramy Youssef (Ramy)
Atriz Coadjuvante
.Patricia Arquette (The act)
Ator Coadjuvante
.Stellan Skarsgard (Chernobyl)