O diretor Michael Mann deseja rodar a segunda parte de "Fogo Contra Fogo", o filme policial de 1995 que marcou a primeira vez que os renomados atores Al Pacino e Robert De Niro contracenaram em um longa-metragem - disse o cineasta à AFP.
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Em 2016, Mann anunciou que trabalhava em um livro inspirado no famoso filme de ação.
"Quase dois terços do romance estão escritos. É uma mescla de 'prequel' de 'Heat' e de continuação do filme", declarou o cineasta de 76 anos à AFP.
"Na verdade, é sobre tudo que acontece antes e depois do filme", explica.
Ao ser questionado sobre se pensa em adaptar o livro para o cinema, Mann responde: "Com certeza!", antes de acrescentar que também poderia transformar a história em uma série de televisão.
"Prefiro um filme, mas tudo muda tanto e tão rapidamente que nunca se sabe", completou.
O diretor escreve o livro em colaboração com o autor Reed Coleman. A obra deve ser publicada no ano que vem.
A trama seguirá, entre outros elementos, a juventude na prisão de Neil McCauley, o ladrão interpretado por Robert De Niro, e a infância de seu cúmplice Chris Shiherlis, papel de Val Kilmer no filme de 1995.
O livro também abordará o passado de Vincent Hanna, o policial interpretado por Al Pacino.
"Havia tantos detalhes. A pergunta sempre foi: 'como fazer uma sequência?'. Assim, tivemos a ideia de fazer a continuação e, ao mesmo tempo, a 'prequel'", explica Mann.
"Fogo contra fogo" foi um sucesso comercial e de crítica, muito elogiado por sua fotografia e pelas longas cenas de ação. O longa-metragem deixou uma importante marca para muitos diretores e cinéfilos.
Para muitos, "Heat" deve sua fama por reunir Robert De Niro e Al Pacino pela primeira vez na mesma cena. Em 1974, os dois integraram o elenco de "O Poderoso Chefão II", mas não dividiram nenhuma cena, pois De Niro interpretou o jovem Vito Corleone, e Al Pacino, seu filho Michael, que passou a comandar a família após a morte do pai.
A dupla lendária voltou a se reunir para o próximo filme do diretor Martin Scorsese, "The Irishman", que estreará em novembro.
Mann não esconde a vontade de ver o resultado. "Quem imagina o que acontece (com os dois juntos) se engana. Pensam que atores de primeira linha são criaturas exóticas, complicadas. Mas eles são o contrário", elogiou.
"É um sonho trabalhar com atores com fortes personalidades artísticas, que são realmente talentosos para o que fazem e confiam em si mesmos", declara Mann, que não revela se conta com os dois atores septuagenários para a segunda parte de "Heat".
Triângulo de ouro
O diretor, entrevistado pela AFP à margem do anúncio do programa do festival de cinema francês de Los Angeles, Colcoa, revela que tem vários projetos em mente.
O mais avançado é uma série de TV ambientada na Guerra do Vietnã, que se concentrará na batalha de Hué, durante a ofensiva do Tet em 1968.
"Vai durar entre sete e nove horas. Não é um documentário. Será um drama muito subjetivo que mostrará as coisas de vários pontos de vista distintos", explica Mann.
O cineasta também trabalha em um roteiro inspirado em fatos ocorridos nos anos 1980 no Sudeste Asiático, no Triângulo de Ouro, território dos traficantes de ópio.
Mann e o roteirista Eric Roth também escreveram um western inspirado no chefe comanche Quanah Parker e em sua história extraordinária no fim do século XIX.
O filme, com o título "Comanche", contará a história do guerreiro mestiço, metade branco, metade ameríndio, "que tenta libertar sua mãe", uma branca criada e adotada por comanches desde os dez anos e roubada pelos ocidentais quando adulta.