A Academia Brasileira de Cinema (ABC) anuncia nesta terça-feira (27) o filme que tentará uma vaga no Oscar 2020. Doze são os candidatos, os mais cotados Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles e A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz. Ambos os filmes saíram premiados do Festival de Cannes, em maio.
O escolhido tentará uma indicação na categoria Longa-metragem internacional, e não mais Filme em língua estrangeira – a mudança do nome foi decidida em abril pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Por aqui, também houve mudanças. A votação será aberta – ou seja, os votos dos jurados serão públicos.
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Cada país envia o nome de um filme para entrar no processo de escolha dos indicados para a categoria. A Academia de Hollywood vai divulgar os indicados em 13 de janeiro de 2020. O próximo Oscar será em 19 de fevereiro, em Los Angeles.
Muylaert dirigiu Que horas ela volta? (2015), filme que foi o selecionado do Brasil para tentar uma vaga na premiação em 2016. A produção protagonizada por Regina Casé não entrou na shortlist de nove pré-candidatos que concorrem às cinco indicações da categoria.
O mesmo ocorreu com Schurmann. Ele é o diretor de Pequeno segredo (2016), filme que venceu Aquarius, de Mendonça Filho, o favorito na época para ser o representante brasileiro na corrida pelo Oscar.
A seleção de 2016 ocorreu no ano do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A escolha do drama familiar Pequeno segredo em detrimento de Aquarius provocou fortes reações. Após saber que havia perdido para o filme de Schurmann, Mendonça Filho afirmou que a indicação talvez estivesse "em total sintonia com a realidade política do Brasil", o que a tornou "coerente e já esperada".
Aquarius foi lançado naquele ano em Cannes, quando a equipe do filme fez um protesto contra o impeachment. Houve quem apontasse que a escolha de Pequeno segredo havia sido uma represália política após o protesto.
Até 2016, a seleção dos filmes nacionais para o Oscar era realizada pela Secretaria do Audiovisual, ligada ao extinto Ministério da Cultura. A partir de 2017, a escolha passou a ser de responsabilidade da Academia Brasileira de Cinema, com o apoio da Secretaria do Audiovisual.
Veja quem são os 12 concorrentes
A última abolição, de Alice Gomes
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz
A voz do silêncio, de André Ristum
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Bio, de Carlos Gerbase
Chorar de rir, de Toniko Melo
Espero tua (re)volta, de Eliza Capai
Humberto Mauro, de André Di Mauro
Legalidade, de Zeca Brito
Los silencios, de Beatriz Seigner
Simonal, de Leonardo Domingues
Sócrates, de Alex Moratto