Um dos destaques da quinta edição da 8 ½ Festa do Cinema Italiano, Euforia tem sessão às 21h deste domingo (11) no Cine Belas Artes. Trata-se do segundo longa-metragem dirigido pela atriz Valeria Golino. Seu filme de estreia, Miele (2013), integrou a seleção oficial da mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes. Com Euforia, Valeria retornou à mesma seção do festival, no ano passado.
Ela afirma que o segundo filme é sempre mais difícil, mas sente que passou pela prova. "Foi um set muito tranquilo, em que estive cercada de pessoas que amo, com Riccardo (Scamarcio, seu ex-marido) atuando e amigos queridos na equipe técnica." Embora o casal tenha se separado, a diretora afirma sobre o ator que interpreta um dos protagonistas: "É meu irmão intelectual, minha alma gêmea sensível".
AMADURECIMENTO Sobre a experiência de voltar a dirigir, ela diz achar que amadureceu. “Tenho mais consciência de meus meios, das histórias que quero contar." Euforia conta a história de dois irmãos – um extrovertido, outro mais amargo, sarcástico. Depois de um tempo afastados, Matteo (Scamarcio) descobre que Ettore (Valerio Mastrandea) está doente.
"Embora a história não tenha ocorrido comigo nem com ninguém da minha família de sangue, ocorreu com pessoas muito próximas, meus amigos. Além disso, família, doença, tudo o que afasta e aproxima as pessoas são temas universais, de fácil identificação", aponta Valeria. Como diretora/autora, ela afirma que a escolha dos atores foi decisiva na construção dos personagem.
"Com Riccardo e Valerio, eu já tinha uma dinâmica muito forte. Ambos são atores potentes, que dominam a cena. Chegaram cheios de vontade, com os personagens à flor da pele. E o filme é muito bem escrito. Não inicio a filmagem sem ter um roteiro que me pareça sólido. Roteiro e elenco me deram segurança no set, mas é claro que a filmagem é sempre uma aventura. Muda-se muita coisa, ocorrem imprevistos. Você escreve uma cena solar, e o tempo não ajuda. Esses imprevistos ocorrem e precisam ser integrados, mas como? Você tem de se sentir segura para mudar, pelo menos comigo é assim."
Euforia foi muito bem de público e crítica na Itália, o que, até certo ponto, foi uma surpresa. "O mercado está formatado para os blockbusters. Tenho certeza de que no Brasil é a mesma coisa. O público não tem mais o hábito de ver os filmes italianos como antigamente. Já tivemos os maiores diretores do mundo, mas não adianta chorar esse passado. É preciso tentar cativar o público com novas histórias." (Agência Estado)