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Kleber Mendonça Filho - que esteve em Cannes há três anos lançando Aquarius - também ressaltou a conquista. "Trabalhamos para a cultura no Brasil e o que precisamos é de seu apoio. Os artistas são embaixadores da cultura brasileira no exterior", afirmou o diretor ao receber o prêmio ao lado de Juliano Dornelles que dedicou o troféu a todos os trabalhadores do Brasil da ciência, da educação e da cultura.
Além de Bacurau - que mescla western, aventura e ficção científica - o Brasil teve outras conquistas.Também neste sábado The Lighthouse, produção Brasil - EUA, levou o Prêmio da crítica. Estrelada pelo astro da saga Crepúsculo, o ator britânico Robert Pattinson - que, aliás, será o novo Batman - o longa é produzido pela RT Features, do carioca radicado em São Paulo, Rodrigo Teixeira, em parceria com a New Regency e a A24 e é um thriller psicológico de tons sobrenaturais. Na sexta (24), o drama A vida invisível de Eurídice Gusmão, do diretor cearense Karim Aïnouz, arrebatou o prêmio principal da mostra Un certain regard (Um certo olhar), a segunda mais importante de Cannes.
SERTÃO
Nome da fictícia cidade onde se passa a história, Bacurau é o apelido do último ônibus da madrugada em Recife. Vem do pássaro de perna curta e asa longa que voa de noite. Na história, a cidadezinha perde a matriarca e, dias depois, descobre que a própria comunidade desapareceu do mapa. A estreia está prevista para o segundo semestre. Na descrição de Kleber e Juliano, "Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil ‘daqui a alguns anos".
Conquistas
O Brasil nunca levou um Oscar mas fez bonito em outros festivais importantes da sétima arte ao longo dos anos. A única vez em que o país conquistou a Palma de ouro em Cannes, o prêmio mais importante do festival, foi em 1962, com O pagador de promessas, do diretor Ancelmo Duarte. O prêmio de Orfeu do Carnaval, filme do cineasta francês Marcel Camus rodado aqui, foi concedido à França.
Em 1986, Fernanda Torres foi a primeira brasileira a receber prêmio de melhor atriz por Eu sei que vou te amar, em Cannes. Em 2008, a atriz paulistana Sandra Corveloni venceu na mesma categoria por sua atuação em Linha de passe, de Walter Salles e Daniela Thomas. O cangaceiro, de Lima Barreto, foi o primeiro longa-metragem brasileiro a ganhar um prêmio em Cannes, em 1953.
Glauber Rocha levou o prêmio de Melhor Diretor por O dragão da maldade contra o santo guerreiro, em 1969. Ainda no festival francês, o diretor baiano levou o Prêmio da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci) por Terra em transe, em 1967. Em 1998, Central do Brasil, de Walter Salles, levou o Urso de Ouro de melhor filme no festival de Berlim. Na ocasião, Fernanda Montenegro também foi agraciada com o prêmio de melhor atriz. Em 2008, depois de dividir a crítica (alguns críticos aclamaram o filme como uma "verdadeira obra-de-arte" enquanto para outros se tratava de um filme fascista), Tropa de Elite (2007) trouxe novamente o Urso de ouro para cá. (COM AGÊNCIAS)
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