Em cartaz no Cine Belas Artes, o longa-metragem Tunga, o esquecimento das paixões não é um documentário convencional. “Não é jornalístico, artístico, nem sobre a obra. É mais uma criação que fiz da personalidade artística e criativa do Tunga e de seu pai, Gerardo, personagens que sempre me interessaram”, afirma o realizador Miguel De Almeida.
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Cinema da Nova Zelândia ganha mostra gratuita no Belas Artes Bullying é tema de O novato, em cartaz no Belas Artes'Redemoinho' tem sessão de pré-estreia no Belas Artes nesta quartaQuarteto de cantores Il Divo traz a BH seu pop com roupagem líricaAntônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão (1952-2016), o Tunga, é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Sua obra trata de literatura, filosofia, psicanálise, teatro, cinema e ciências por meio de desenhos, esculturas e performances. “Sua visão de cultura não é territorial ou geográfica. Sua obra tampouco busca uma identidade nacional, mas, sim, uma identificação humanitária”, continua Miguel ao falar sobre o pernambucano nascido em Palmares.
É por intermédio de suas ações criativas e do seu pensamento que sua trajetória vem à tona. As imagens são intercaladas com a voz de Tunga, a narração da cantora Marina Lima (que atua como um alter ego do próprio Miguel De Almeida) e depoimentos de pessoas que conviveram com ele – como os artistas Miguel Rio Branco e Cildo Meireles e o criador do Museu Inhotim, o empresário Bernardo Paz.
Mas o diretor não entrega o jogo facilmente. Os personagens não são identificados (somente nos créditos aparece quem é quem).
Miguel entrou no projeto por causa de sua proximidade com Tunga e seu pai, Gerardo. Gerardo Mello Mourão (1917-2007) é um personagem deveras interessante. Poeta e jornalista cearense, chamado de “o nosso Dante” por Hélio Pellegrino, foi integralista – esteve preso inúmeras vezes durante o Estado Novo, de Getúlio Vargas. Chegou a ser acusado de colaborar com os nazistas – Oscar Niemeyer, comunista notório, foi um dos nomes que saíram em sua defesa. Já na Ditadura Militar foi acusado de comunista, quando voltou a ser detido.
Miguel foi muito amigo de Gerardo. A amizade com Tunga veio, segundo o diretor, “herdada”.
PERFORMÁTICO O filme traz trechos de uma conversa que o diretor havia feito com o artista e o registro de algumas performances. Também reúne muitas imagens em Inhotim – a instalação True Rouge foi a primeira obra no centro de arte em Brumadinho, que, além de ter recebido performances de Tunga, inaugurou em 2012 a Galeria Psicoativa, dedicada ao trabalho do artista..