China lança 'Bohemian rhapsody' sem cenas gays e menção ao HIV

Apesar de apenas três minutos terem ficado de fora, plateia sentiu que a história estava incompleta

por Correio Braziliense 29/03/2019 10:59
Reprodução internet
Filme vencedor de quatro prêmios Oscar estreou no último fim de semana na China repleto de cortes (foto: Reprodução internet)
A versão de Bohemian rhapsody estreada na China no último fim de semana mostra que o país foi ainda mais severo nos cortes do que havia sido anunciado. Além de beijo homossexual e do consumo de drogas, foram removidos na edição qualquer referência a sexualidade de Freddy Mercury e a infecção dele com o vírus HIV.

De acordo com o The New York Times, a censura revoltou as plateias chinesas — que incluiriam jovens cinéfilos muito mais progressistas do que os censores—, pois teria ficado evidente que algo faltava na história. 

As cenas removidas somam três minutos de filme. Entre elas, uma que mostra Freddie anunciando à namorada que não é héterossexual, e outra em que o amante Jim Hutton é introduzido. Também ficou de fora uma performance do Queen na qual o quarteto se apresenta vestindo roupas consideradas femininas.

O momento em que o vocalista da banda revela estar acometido pela AIDS também sofreu edição. O diálogo é abruptamente silenciado quando a palavra é dita e nenhuma legenda aparece. A doença provocou a morte do cantor em 1991.

Rami Malek, ator que interpretou Freddie Mercury no filme, também foi censurado quando ganhou discursou pela vitória do Oscar de melhor filme neste ano. A cerimônia foi transmitida numa plataforma de streaming no país asiático, mas sem a parte em que o astro diz: "Nós fizemos um filme sobre um homem gay, imigrante, que viveu a própria vida sem remorsos".

Apesar da censura na China, o filme, quando estreou, foi criticado por algumas audiências e alguns críticos por supostamente atenuar as relações homossexuais de Freddy Mercury. 

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