Nesta quarta-feira (13) o filme espanhol Elisa y Marcela, produzido pela Netflix e dirigido por Isabel Coixet, estreou na Berlinale e gerou polêmica entre os cineastas participantes do festival. Filmado em preto e branco, o longa conta a história real do primeiro matrimônio homossexual da Espanha, que ocorreu na Galícia em 1901, mostrando os preconceitos que o casal interpretado por Natalia de Molina e Greta Fernández tem que enfrentar no vilarejo onde mora até se ver obrigado a fugir do país por conta das agressões.
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Após a exibição, a diretora Isabel Coixet comentou sobre a polêmica durante a coletiva de imprensa e pediu que o filme não seja retirado, pois, acredita que seria um atentado à cultura e um desrespeito com o autor. Ela defendeu a coexistência dos dois formatos de exibição e explicou que trabalhava no filme há 10 anos e ninguém estava disposto a financiar um longa “exótico e em preto e branco” até a Netflix aparecer. “Como diretora, gasta-se tanto tempo editando todos os detalhes que acabam se perdendo nas telas pequenas, mas eu tenho que fazer filmes ou então morro”, lamentou.
O diretor do Festival de Berlim, Dieter Kosslick, explicou que o filme foi aceito, pois embora seja produzido pela Netflix também foi exibido nos cinemas na Espanha. Ele também ressaltou que os festivais de cinema internacionais precisam entrar em um consenso com relação aos filmes produzidos pelas plataformas de streaming, pois Cannes recusou o filme Roma, de Alfonso Cuarón, após os protestos de cineastas franceses enquanto em Veneza o mesmo filme recebeu o prêmio principal.