Woody Allen processa Amazon por quebra de contrato

Diretor exige US$ 68 milhões de indenização, alegando que a empresa não honrou contratos relativos a seus filmes. Imbróglio é fruto de acusações de abuso sexual envolvendo o cineasta

Estado de Minas 09/02/2019 08:26
Dimitrios Kambouris/AFP
(foto: Dimitrios Kambouris/AFP)

Woody Allen entrou com processo no valor de US$ 68 milhões contra a Amazon por quebra de contrato. O cineasta acusa a gigante do streaming de cancelar o acordo relativo a seus filmes por causa da alegação “sem fundamento”, de décadas atrás, de que ele abusou sexualmente da filha Dylan.

Por meio de seus advogados, o diretor argumenta que a Amazon tentou encerrar o negócio em junho. Desde então, recusou-se a pagar US$ 9 milhões para o financiamento de seu próximo filme, A rainy day In New York.

O longa é apenas uma das produções a serem viabilizadas pelo acordo acertado depois de Allen fazer o programa Crisis in six scenes para a Amazon, que, na época da negociação, surgia como promissora provedora de conteúdo.

O diretor exige, além dos US$ 9 milhões, garantias mínimas devidas a ele para outros longas. Isso totaliza cerca de US$ 68 milhões, segundo a queixa apresentada a um tribunal federal em Nova York, revelada pela agência de notícias AFP.

A defesa do cineasta alega que a Amazon considerou o acordo “impraticável” por causa de “eventos supervenientes, incluindo alegações renovadas contra Allen e seus próprios comentários controversos”.

De acordo com o documento, a Amazon citou que atores se recusam a trabalhar com Allen. Ex-parceiros do diretor, Colin Firth, Michael Caine e Greta Gerwig declararam que não voltariam a atuar em filmes dele.

TRAIÇÃO


Em 1992, Woody Allen foi acusado pela ex-mulher, a atriz Mia Farrow, de abusar da filha deles, Dylan. Meses antes, ele havia assumido o caso amoroso com Soon-Yi Previn, a jovem enteada de Mia. Em 1993, Woody foi absolvido.

Em 2014, em carta enviada ao The New York Times, Dylan afirmou que o pai de abusara dela. Ronan Farrow, filho do casal e jornalista da revista New Yorker, confirmou o depoimento da irmã. Em 2017, Ronan publicou os artigos sobre assédio sexual envolvendo Harvey Weinstein, chefão de Hollywood, fonte de inspiração para o movimento Me too.

Porém, Moses Farrow, primogênito de Mia e Allen, defendeu o cineasta, acusando a mãe pelo imbróglio por não suportar a traição do cineasta. Casados desde 1997, Allen e Soon-Yi têm dois filhos adotivos.

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