Na luta dos imigrantes latinos para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, muitas crianças tentam atravessar sozinhas ou acabam se perdendo dos pais no caminho. O destino, muitas vezes, são abrigos mantidos pelo governo norte-americano, onde as crianças esperam para ser deportadas ou, em alguns casos, encontrar familiares que residem no país.
O drama dessas crianças é retratado fielmente no telefilme Icebox, da HBO, que no Brasil está disponível pelo serviço de streaming do canal pago, a HBO Go. Dirigido pelo sueco Daniel Sawka, o filme traz o jovem Oscar (Anthony Gonzalez), de 12 anos, que precisa fugir de Honduras, onde está sendo perseguido por uma gangue.
A família do garoto não tem condições de viajar com ele, e o manda sozinho para a fronteira dos EUA. Do outro lado, há um tio esperando por ele. No caminho, porém, Oscar fica para trás e é detido pela polícia de fronteira. É quando ele vai parar no abrigo especial para crianças, um ambiente quase carcerário e extremamente frio – de onde vem o título do filme, “caixa de gelo”, em tradução livre.
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A história de Oscar, de acordo com Sawka, não retrata nenhum personagem real específico, mas reúne um pouco dos vários depoimentos que ouviu.
Todo o filme é centrado no ponto de vista de Oscar, o que exigiu um intenso trabalho do jovem ator norte-americano Anthony Gonzalez, conhecido por ter emprestado sua voz para o protagonista da animação musical da Disney/Pixar Viva - A vida é uma festa, vencedora do Oscar no ano passado. “Ele é absolutamente fantástico, começamos a trabalhar juntos quando ele tinha 10 anos, hoje está com 14. Tem sido incrível vê-lo crescer como artista”, diz o diretor.
O cineasta diz que, mesmo com a pouca idade, Gonzalez sempre se comportou como um ator experiente. “Ele é muito maduro como ator.
Pelo fato de a história ser centrada no drama de uma criança, a esperança de Sawka é que o filme ultrapasse as barreiras das discussões políticas sobre o tema da imigração, sendo visto pelo lado humano. “Estamos numa situação muito difícil agora. As pessoas estão muito divididas e está difícil se comunicar num aspecto político”, avalia. “Ajudar crianças em necessidade é algo básico. (O filme) é uma jornada que não é sobre estatísticas ou um ponto de vista político, e sim sobre o que muitas crianças passam.” .