'Sei que a vida é cheia de altos e baixos', disse o ator Kevin Hart, em entrevista na semana passada a uma TV norte-americana, às vésperas do lançamento do longa-metragem 'Amigos para sempre' (em cartaz em BH no Cine Ponteio 3). Hart referia-se a um ponto “baixo” em sua trajetória – a decisão de abdicar do posto de apresentador do Oscar, após uma série de críticas que recebeu por comentários homofóbicos feitos há aproximadamente 10 anos.
Poucos dias depois da declaração, Hart cravou um novo 'alto'. Para surpresa da própria distribuidora do filme nos Estados Unidos, o remake do longa francês 'Os intocáveis' ficou em primeiro lugar nas bilheterias americanas no fim de semana, arrecadando algo em torno de US$ 20 milhões (R$ 74,2 milhões; os números são preliminares) e empurrando a superprodução 'Aquaman' para o segundo lugar.
Estrelado originalmente por François Cluzet e Omar Sy, o filme mostra a amizade que se desenvolve entre um homem branco, rico e esnobe e um homem negro, pobre e com histórico de comportamento turbulento. O primeiro contrata o segundo para ser seu assistente, após sofrer um acidente que o deixou paraplégico. Na versão hollywoodiana, Bryan Cranston (Breaking bad) faz o papel do milionário, e Hart é seu assistente.
O anúncio de que Kevin Hart (Jumanji: bem-vindo à selva) seria o apresentador do Oscar 2019 foi feito no dia 4 de dezembro passado, e o ator e comediante comemorou no Twitter, dizendo que “esse dia finalmente havia chegado” para ele. Pouco depois, postagens de Hart com conteúdo homofóbico feitas na mesma rede social há aproximadamente 10 anos começaram a ganhar atenção, acompanhadas de intensas críticas à sua escolha para ser o mestre de cerimônias do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
BONECA Num dos tuítes que geraram indignação, Hart afirmava que, caso chegasse em casa e visse seu filho brincando com uma boneca, quebraria a boneca na cabeça dele. O problema se agravou com a percepção pública de que Hart não se desculpou por seus comentários nem demonstrou sincero arrependimento por ter expressado pensamentos homofóbicos. De início, ele reagiu dizendo apenas que hoje não faria mais as mesmas declarações, porque vivemos “tempos sensíveis”.
No entanto, com a repercussão, o ator resolveu abandonar o posto de apresentador do Oscar. Ao comunicar sua decisão, ele declarou: “Lamento por ter machucado as pessoas. Estou evoluindo e quero continuar fazendo isso. Meu objetivo é unir as pessoas, não separar. Muito amor e apreço pela Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood). Espero que possamos nos encontrar de novo”.
Após a desistência de Hart, a Academia não anunciou um substituto, e publicações especializadas como a Variety anunciaram que os produtores da cerimônia consideravam a hipótese de não ter um mestre de cerimônias _algo que só ocorreu cinco vezes na história do prêmio. O Oscar chega neste ano à sua 91ª edição, em 24 de fevereiro.
No entanto, a versão de que a Academia ainda não desistira de ter Hart como apresentador começou a circular, sobretudo depois que o ator foi convidado do programa de Ellen DeGeneres _da ABC, a mesma emissora que transmite o Oscar– e ouviu dela um pedido enfático para reconsiderar sua decisão. Ellen elogiou o talento e a carreira de Hart e afirmou que ele deveria apresentar o Oscar como um gesto de resistência aos haters que faziam uma campanha para derrubá-lo.
Os comentários da comediante, que é lésbica e ativista da causa LGBT, desencadearam uma enxurrada de críticas por parte dos que esperavam dela uma condenação aos comentários de Hart, e não a reprovação à iniciativa os que fizeram campanha por sua exclusão do Oscar.
Na sequência da entrevista a Ellen DeGeneres, Hart afirmou que definitivamente não apresentará a edição 2019 do Oscar, porque nem sequer teria tempo de ensaiar para fazer um bom trabalho, e decidiu também que não voltará a falar sobre seus antigos tuítes. Entre as primeiras críticas que recebeu e sua ida ao 'Ellen DeGeneres Show', o ator havia sido mais claro em seu pedido de desculpas e acentuado o fato de que ele é uma pessoa que está em busca de crescimento, o que leva tempo.
Ficar sem um apresentador é o segundo grande problema enfrentado pelo Oscar 2019. Em 2018, a Academia anunciou que criaria, a partir deste ano, um Oscar específico para o “melhor filme popular”. A medida foi interpretada como uma tentativa desesperada de atrair audiência – os números estão em queda –, ao deixar subentendido que o blockbuster 'Pantera Negra' venceria ao menos uma estatueta na noite de premiação. Diante da recepção negativa da ideia, a Academia recuou e desistiu de implementar a categoria.
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Estrelado originalmente por François Cluzet e Omar Sy, o filme mostra a amizade que se desenvolve entre um homem branco, rico e esnobe e um homem negro, pobre e com histórico de comportamento turbulento. O primeiro contrata o segundo para ser seu assistente, após sofrer um acidente que o deixou paraplégico. Na versão hollywoodiana, Bryan Cranston (Breaking bad) faz o papel do milionário, e Hart é seu assistente.
O anúncio de que Kevin Hart (Jumanji: bem-vindo à selva) seria o apresentador do Oscar 2019 foi feito no dia 4 de dezembro passado, e o ator e comediante comemorou no Twitter, dizendo que “esse dia finalmente havia chegado” para ele. Pouco depois, postagens de Hart com conteúdo homofóbico feitas na mesma rede social há aproximadamente 10 anos começaram a ganhar atenção, acompanhadas de intensas críticas à sua escolha para ser o mestre de cerimônias do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
BONECA Num dos tuítes que geraram indignação, Hart afirmava que, caso chegasse em casa e visse seu filho brincando com uma boneca, quebraria a boneca na cabeça dele. O problema se agravou com a percepção pública de que Hart não se desculpou por seus comentários nem demonstrou sincero arrependimento por ter expressado pensamentos homofóbicos. De início, ele reagiu dizendo apenas que hoje não faria mais as mesmas declarações, porque vivemos “tempos sensíveis”.
No entanto, com a repercussão, o ator resolveu abandonar o posto de apresentador do Oscar. Ao comunicar sua decisão, ele declarou: “Lamento por ter machucado as pessoas. Estou evoluindo e quero continuar fazendo isso. Meu objetivo é unir as pessoas, não separar. Muito amor e apreço pela Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood). Espero que possamos nos encontrar de novo”.
Após a desistência de Hart, a Academia não anunciou um substituto, e publicações especializadas como a Variety anunciaram que os produtores da cerimônia consideravam a hipótese de não ter um mestre de cerimônias _algo que só ocorreu cinco vezes na história do prêmio. O Oscar chega neste ano à sua 91ª edição, em 24 de fevereiro.
No entanto, a versão de que a Academia ainda não desistira de ter Hart como apresentador começou a circular, sobretudo depois que o ator foi convidado do programa de Ellen DeGeneres _da ABC, a mesma emissora que transmite o Oscar– e ouviu dela um pedido enfático para reconsiderar sua decisão. Ellen elogiou o talento e a carreira de Hart e afirmou que ele deveria apresentar o Oscar como um gesto de resistência aos haters que faziam uma campanha para derrubá-lo.
Os comentários da comediante, que é lésbica e ativista da causa LGBT, desencadearam uma enxurrada de críticas por parte dos que esperavam dela uma condenação aos comentários de Hart, e não a reprovação à iniciativa os que fizeram campanha por sua exclusão do Oscar.
Na sequência da entrevista a Ellen DeGeneres, Hart afirmou que definitivamente não apresentará a edição 2019 do Oscar, porque nem sequer teria tempo de ensaiar para fazer um bom trabalho, e decidiu também que não voltará a falar sobre seus antigos tuítes. Entre as primeiras críticas que recebeu e sua ida ao 'Ellen DeGeneres Show', o ator havia sido mais claro em seu pedido de desculpas e acentuado o fato de que ele é uma pessoa que está em busca de crescimento, o que leva tempo.
Ficar sem um apresentador é o segundo grande problema enfrentado pelo Oscar 2019. Em 2018, a Academia anunciou que criaria, a partir deste ano, um Oscar específico para o “melhor filme popular”. A medida foi interpretada como uma tentativa desesperada de atrair audiência – os números estão em queda –, ao deixar subentendido que o blockbuster 'Pantera Negra' venceria ao menos uma estatueta na noite de premiação. Diante da recepção negativa da ideia, a Academia recuou e desistiu de implementar a categoria.