Perda, luto e culpa norteiam a narrativa de O confeiteiro. Porém, tais sentimentos vêm regados a muito açúcar e afeto. A produção israelense, primeiro longa-metragem de Ofir Raul Graizer, foi o escolhido por seu país para representá-lo na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro – o candidato israelense, assim como o brasileiro (O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues), não foi incluído entre os nove pré-selecionados para a disputa. Mas isso não chega a ser um demérito para O confeiteiro, que está em cartaz no Cine Belas Artes (confira horários na página 4).
É uma torta Floresta Negra, típica sobremesa alemã, que une o alemão Thomas (Tim Kalkhof) e o israelense Oren (Roy Miller). O primeiro é o dono de uma pequena confeitaria em Berlim. O segundo, que vive em Jerusalém, viaja mensalmente para a capital alemã a trabalho. Thomas é solitário; Oren é casado e tem um filho pequeno. Os rápidos encontros mensais acabam sendo a base de uma relação intensa, que sobrevive mesmo com a tensão provocada pela sombra da família de Oren.
Um acidente separa o casal.
KOSHER
Em um ambiente judeu ortodoxo, Anat sobrevive com um café. O estabelecimento acabou de ganhar o selo kosher, e isso significa que ele tem que seguir uma série de normas da prática religiosa judaica – não misturar carne com produtos de origem láctea é a mais básica delas.
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É neste acordo cheio de não ditos, sem culpas e dilemas morais, que a dupla vai se relacionando.
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