Grace Passô é um dos grandes nomes dos palcos em Minas Gerais e no Brasil. De uns tempos para cá, a atriz, dramaturga e diretora vem se destacando também no cinema, colecionando elogios da crítica e muitos prêmios. O mais recente deles foi entregue sábado à noite, na Itália. Grace recebeu o troféu de melhor atriz do Festival de Turim por seu trabalho no filme Temporada, do cineasta mineiro André Novais de Oliveira. Em setembro, essa produção conquistou cinco Candangos no Festival de Brasília. Um deles foi para Grace.
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Ontem de manhã, durante a entrevista ao EM, a atriz mineira, que falava por telefone da Itália, soube de uma nova conquista. Glória, sua personagem em Praça Paris, filme de Lúcia Murat, ganhou menção honrosa no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
“Trabalho com teatro há 22 anos. O fato de cinema ser área nova pra mim expande a possibilidade de acontecerem outras coisas. Mas não acho que este seja o grande momento de minha vida profissional. Existe, sim, o reconhecimento, o que já ocorria há um tempo, de outras formas e com olhares diferentes.
TIRADENTES Fato é que Grace Passô já é considerada “mulher de cinema”. Ela será a artista homenageada na mostra de Tiradentes, que será realizada de 18 a 26 de janeiro, na cidade histórica mineira. A organização informa que a escolha se deu pelo conjunto de seus trabalhos em longas e curtas, mas também por seu futuro na telona.
Um dos próximos projetos de Grace, o filme No coração do mundo, dirigido por Gabriel e Maurílio Martins,tem estreia prevista pra 2019.
A grande novidade, porém, é a versão cinematográfica de Vaga carne, monólogo que Grace escreveu e estrelou. A peça conquistou o Prêmio Shell de dramaturgia, o Prêmio Questão de Crítica de melhor espetáculo e o Prêmio Cesgranrio de melhor texto.
A versão para as telas, que abrirá a Mostra de Tiradentes, foi iniciativa da própria Grace. “Vaga carne faz parte de um projeto maior. Lancei o livro da peça e agora tem o filme, que dirijo junto com o Ricardo Alves Jr. (de Elon não acredita na morte). A gente vai fazer o registro cinematográfico da montagem”, conta.
O filme não é uma adaptação, mas carrega o estilo da sétima arte.
“Quando somos homenageados, geralmente olhamos para trás, para o nosso passado, mas o interessante é que esta me faz olhar para a frente. Fiquei muito surpreendida de se lembrarem de uma pessoa que trabalha, sim, no cinema, mas que, essencialmente, trabalhou a vida toda nos palcos. Tanto a abertura quanto a outra ação de que vou participar em Tiradentes, uma performance, têm ligação entre o cinema e o teatro”, conclui.