Cabelos curtos pintados de preto, piercings e a tatuagem de dragão nas costas são essenciais para a construção da detetive/hacker Lisbeth Salander, personagem que apareceu pela primeira vez na saga literária Millenium, do sueco Stieg Larsson – Os homens que não amavam as mulheres; A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de ar. Morto Larsson, o jornalista sueco David Lagercrantz tomou as rédeas do enredo e escreveu os romances A garota na teia de aranha e O homem que perseguia a sua sombra.
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Filme A prece acompanha um jovem que 'atravessa a morte em vida'Filme 'Todas as canções de amor' aposta no roteiro romântico Beatles: animação 'Yellow Submarine' vira quadrinhos no BrasilCinebiografia de Chacrinha traz a trajetória do ícone que marcou a TV brasileiraAinda criança, Lisbeth foge do pai abusivo. A hacker é contratada pelo cientista Frans Balder (Stephen Merchant) para recuperar um programa Firefall, desenvolvido para o governo dos EUA. O software permite acesso ao arsenal bélico de potências mundiais. Ao compreender o perigo que envolve o projeto, Balder contrata Lisbeth para roubar o arquivo e deletá-lo. Após a missão, ela se torna alvo de um grupo mafioso, os “aranhas”.
Lisbeth Salander é o destaque do filme, perspicaz e destemida.
A trama agrada, mas as falhas sobressaem. Ao apostar na ação exacerbada, perde a sutileza do suspense psicológico de uma trama criminal bem construída. Planos e movimentos de câmera diferenciados estruturam a direção inventiva de Alvarez. Com explosões, perseguições e confrontos físicos, a produção bebe na fonte de clássicos do gênero.
Lisbeth chega a se confundir com a versão feminina de MacGyver. Ela se distancia de Blomkvist, tornando-se uma espécie de vigilante feminina.
A luta pelos direitos das mulheres é característica da “nova” protagonista. Em entrevista para a revista Collider, o diretor descreveu sua Lisbeth como “Batman feminista”. Nestes tempos de movimentos antiassédio como o #MeToo, Alvarez revelou preocupação de não sexualizar a personagem.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria.