No período pré-histórico, há aproximadamente 20 mil anos, uma tribo luta por sobrevivência com rigor, violência e respeito às hierarquias. Assim começa Alfa, primeira aventura solo do diretor Albert Hughes – que ao lado do irmão gêmeo assinou títulos como Do inferno (2001) e O livro de Eli (2010). Cenários tão inóspitos quanto fascinantes são usados pelo cineasta nesta grandiloquente produção, que chega nesta quinta-feira (6) às salas brasileiras.
O líder Tau (Jóhannes Haukur Jóhannesson) comanda sua comunidade com pulso firme e quer que o filho Keda (Kodi Smit-McPhee) siga seus passos de valentia e autoridade. Para isso, decide levar o jovem à primeira batalha de caça, quando enfrentarão os mais variados perigos. Sensível e inexperiente, Keda não se sai bem na empreitada: acaba ferido por animais predadores, cai de um penhasco e é dado como morto pelos companheiros.
Na tentativa de reencontrar o pai, Keda é atacado por lobos, mas consegue se refugiar no alto de uma árvore. Defendendo-se, fere um dos membros da alcateia, que foge na sequência. Diante do animal à beira da morte, o rapaz pensa em sacrificá-lo, mas se enternece pelo animal e passa a cuidar de seu ferimento, sempre na cautela para não sofrer um novo ataque de sua parte.
Aos poucos, a dupla estabelece uma relação de amizade e proteção. Um passa a ajudar o outro em diferentes frentes. Keda usa sua inteligência para conseguir alimento e dividir para os dois. Alfa – nome dado ao lobo por seu novo amigo – é quem garantirá a defesa de Keda diante dos animais selvagens que encontrarão pelo caminho.
SENTIMENTAL A empreitada de Keda em meio ao ambiente glacial poderá remeter ao filme O regresso (2015), de Alejandro González Iñárritu. Alfa, entretanto, despreza valores como desejo de vingança e é dotado de forte sentimentalismo, o que fica evidente na relação fraterna estabelecida entre um homem e o lobo que, horas antes, tentara matá-lo. Desde o primeiro ato, o filme abusa das frases de efeito e faz uso das mais piegas metáforas. “A vida é apenas para os fortes e você deve fazer por merecê-la”, profetiza Tau. “Keda lidera com o coração, não com a lança”, define Rho (Natassia Malthe), mãe do protagonista.
A narrativa é, ainda, inteiramente baseada em lugares-comuns, como a relação conflituosa entre um pai austero e o filho sensível; a luta por sobrevivência em local inóspito; a jornada do protagonista de volta para casa, enfrentando inúmeros infortúnios; ou mesmo a amizade entre homem e animal, que os ajuda a vencer obstáculos.
Há constantes investidas na empatia que parte da audiência desenvolverá por Alfa, dada a eficiência – várias vezes testada no cinema – da relação afetuosa entre homem e animal. Nos momentos de fragilidade de Alfa, há um claro anseio em comover o espectador – que será efetivo, a depender da emotividade de cada um. Direção fotográfica e trilha sonora estão lá, arduamente trabalhadas, para que a produção leve seu público às lágrimas.
Para contar uma história com poucas novidades, Alfa se ampara em um espetáculo visual impressionante, com belos takes e sequências bem filmadas. O longa tem belíssimas paisagens como pano de fundo e os efeitos especiais tornam a experiência nas telonas ainda mais deslumbrante. Um filme de pretensões grandiosas que se cumprem, ao menos, em termos técnicos.
O líder Tau (Jóhannes Haukur Jóhannesson) comanda sua comunidade com pulso firme e quer que o filho Keda (Kodi Smit-McPhee) siga seus passos de valentia e autoridade. Para isso, decide levar o jovem à primeira batalha de caça, quando enfrentarão os mais variados perigos. Sensível e inexperiente, Keda não se sai bem na empreitada: acaba ferido por animais predadores, cai de um penhasco e é dado como morto pelos companheiros.
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Aos poucos, a dupla estabelece uma relação de amizade e proteção. Um passa a ajudar o outro em diferentes frentes. Keda usa sua inteligência para conseguir alimento e dividir para os dois. Alfa – nome dado ao lobo por seu novo amigo – é quem garantirá a defesa de Keda diante dos animais selvagens que encontrarão pelo caminho.
SENTIMENTAL A empreitada de Keda em meio ao ambiente glacial poderá remeter ao filme O regresso (2015), de Alejandro González Iñárritu. Alfa, entretanto, despreza valores como desejo de vingança e é dotado de forte sentimentalismo, o que fica evidente na relação fraterna estabelecida entre um homem e o lobo que, horas antes, tentara matá-lo. Desde o primeiro ato, o filme abusa das frases de efeito e faz uso das mais piegas metáforas. “A vida é apenas para os fortes e você deve fazer por merecê-la”, profetiza Tau. “Keda lidera com o coração, não com a lança”, define Rho (Natassia Malthe), mãe do protagonista.
A narrativa é, ainda, inteiramente baseada em lugares-comuns, como a relação conflituosa entre um pai austero e o filho sensível; a luta por sobrevivência em local inóspito; a jornada do protagonista de volta para casa, enfrentando inúmeros infortúnios; ou mesmo a amizade entre homem e animal, que os ajuda a vencer obstáculos.
Há constantes investidas na empatia que parte da audiência desenvolverá por Alfa, dada a eficiência – várias vezes testada no cinema – da relação afetuosa entre homem e animal. Nos momentos de fragilidade de Alfa, há um claro anseio em comover o espectador – que será efetivo, a depender da emotividade de cada um. Direção fotográfica e trilha sonora estão lá, arduamente trabalhadas, para que a produção leve seu público às lágrimas.
Para contar uma história com poucas novidades, Alfa se ampara em um espetáculo visual impressionante, com belos takes e sequências bem filmadas. O longa tem belíssimas paisagens como pano de fundo e os efeitos especiais tornam a experiência nas telonas ainda mais deslumbrante. Um filme de pretensões grandiosas que se cumprem, ao menos, em termos técnicos.