Desde a apresentação de O nome da morte na Première Brasil do Festival do Rio, do ano passado, tem havido muita polêmica sobre o longa de Henrique Goldman que está em cartaz nos cinemas. O problema não é o ator Marco Pigossi, intérprete do protagonista, mas o foco do filme, que conta a história de Júlio Santana, pistoleiro de aluguel que afirmava haver matado 492 pessoas. O longa adota o ponto de vista de Júlio e vai enumerando os crimes – um, dois, 10, 100... Júlio pode ser um monstro, mas é contraditório. Bom pai, bom marido. De perto ninguém é normal.
Pigossi está ótimo no papel. Para ele, o problema não é o personagem, mas o Brasil. “Uma história como essa expõe o grande problema deste país, que é a educação.
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O ator tem se destacado tanto que é de se perguntar por que topou fazer um papel pequeno como o de Onde nascem os fortes. “Pode até parecer clichê, mas um dia a Cássia Kiss me disse, sabiamente, que não existem pequenos papéis, mas pequenos atores. Queria muito trabalhar com o Zé (José Luiz) Villamarim. Quando ele me chamou e explicou do que se tratava, não vacilei.
Paulista da capital, Pigossi nasceu em 1.º de fevereiro de 1989 – tem 29 anos, portanto. Foi nadador profissional, tendo sido vice-campeão paulista em 2005, quando já atuava e integrava o elenco da Globo. A partir de Um só coração, emendou mais 11 novelas e séries.
Na TV, criou a imagem de bom moço, que subverte com O nome da morte. “Não quero virar um estereótipo, ficando preso a um só tipo de personagem. Como ator, gosto de mudar, de me testar.” Essa vontade de fazer coisas diferentes o levou a não renovar com a Globo ao ser chamado para fazer uma minissérie da Netflix na Austrália. “Muita gente achou que estava louco, mas não houve rompimento. O que houve foi uma possibilidade incrível. Fui chamdado para um papel em inglês, no outro lado do mundo, em outra cultura. Como ator, era tudo que eu queria.”
Tidelands é um drama policial de fantasia. Conta a história de uma ex-presidiária que investiga uma série de mortes misteriosas na vila de pescadores em que cresceu entre humanos e sereias.
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