Quem vê Tom Cruise saltar de prédios, atravessar quarteirões correndo como um atleta olímpico e destruir tudo ao seu redor em longas sequências de pancadaria e perseguições, sem perder a pose de galã, pode não se lembrar de que seus documentos apontam 56 anos de idade. Porém, considerando que desde o primeiro Missão: impossível já se passaram 22 anos, a ideia fica mais aceitável. Em Efeito fallout, sexto filme da franquia que estreia nesta quinta-feira (26), o agente Ethan Hunt numa trama que requer cenas ainda mais espetaculares e improváveis, ao mesmo tempo em que manténm elementos tradicionais da série que consagrou o ator.
Desta vez, esta é uma sequência direta dos acontecimentos do longa anterior, Nação secreta (2015), procedimento que não é comum nessa franquia. O grupo terrorista Sindicato, apresentado em Nação secreta, tem outra célula ativa e o mundo está em risco outra vez por causa de vilões que arquitetam um genocídio com bombas nucleares. Hunt fica sabendo disso em uma mensagem “que se autodestruirá em cinco segundos”, como de praxe. Em seguida, parte para uma missão que poderia ser simples, se ele não priorizasse a vida de seus companheiros. Ving Rhames é Luther Stickell, papel que desempenha desde o primeiro filme. Simon Pegg, presente desde o terceiro longa, também está lá, como o agente Benji Dunn.
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Se o normal para alguns atores é deixar a ação de lado à medida que a idade chega, o astro de Top gun - Ases indomáveis (1986), fez o contrário. Depois do primeiro Missão: impossível, Tom Cruise seguiu um caminho parecido com o da própria trama.
Além de encarnar Ethan Hunt em M:I, Cruise também vem fazendo o estilo “tiro, porrada e bomba” como personagem principal na violenta saga do ex-militar Jack Reacher, que já teve dois filmes lançados: O último tiro (2012) e Sem retorno (2016). Christopher McQuarrie, roteirista e diretor de Efeito fallout e de Nação secreta, também escreveu ambos os longas do personagem Jack Reacher, além de ter dirigido o primeiro. McQuarrie é também responsável pelo roteiro de A múmia, em que o astro bate em inimigos deste e do outro mundo, mas cuja recepção pela crítica foi muito ruim.
MARKETING A associação da imagem de Tom Cruise a um personagem à prova de tudo passa pela insistência com que são divulgadas informações sobre a extrema dedicação do ator em sua rotina de treinamentos e a coragem de supostamente dispensar dublês em muitas das cenas. Em Efeito fallout, na cena em que salta de um terraço para outro, em Londres, Cruise quebrou o pé, segundo foi divulgado pela produção, inclusive com imagens postadas no YouTube, no que se revelou uma estratégia de marketing para alavancar a expectativa em torno das cenas de ação do longa.
São frequentes também as notícias sobre atos heroicos de Cruise na vida real. Em 1996, ano de lançamento de Missão: impossível, o ator socorreu uma garçonete brasileira atropelada em Los Angeles. Além de prestar socorro, ele pagou suas despesas hospitalares. No mesmo ano, em viagem de barco pelo litoral italiano com a então mulher Nicole Kidman, ajudou a salvar um casal de franceses, uma criança e dois marinheiros a bordo de uma outra embarcação que pegava fogo.
Em junho deste ano, a atriz Lea Thompson revelou que o ator a protegeu dos produtores que exigiam que ela ficasse nua contra a própria vontade em uma cena de A chance (1983).
Embora consiga manter a fama de “bom moço” fora das telas ao lado dos papéis de superagente no cinema, Cruise tem em sua adesão à Cientologia o elemento capaz de arranhar sua imagem pública. Nos bastidores de Hollywood, há rumores de um comportamento fanático do ator em relação à religião e de exigências vistas como draconianas, como a de que sua ex-mulher, Katie Holmes, não poderia assumir publicamente um novo romance nos primeiros cinco anos após a separação do casal.
Abaixo, confira o trailer de Missão: impossível - Efeito fallout:
AS MISSÕES ANTERIORES
Relembre os outros longas da franquia
Missão: impossível, de Brian De Palma (1996)
Primeiro longa derivado da série homônima da TV norte-americana exibida nos anos 60. Apresenta Tom Cruise como o agente Ethan Hunt e tem a clássica cena silenciosa dele pendurado por um cabo em uma sala com alarmes no chão e sensores sonoros.
Arrecadou US$ 457 milhões.
Missão: impossível 2, de John WOO (2000)
Sem conexão direta com o anterior ou com a sequência, mostra Hunt em uma nova missão impossível para salvar o mundo. É o menos prestigiado da franquia, segundo sites que mensuram as avaliações de público e crítica.
Arrecadou: US$ 546 milhões
Missão: impossível 3, de J.J Abrams (2006)
Mostra o lado mais humano e sentimental do protagonista, fora das missões impossíveis. Em uma cena clássica, ele vive um drama nas mãos do traficante Owen Davian (Philip Seymour Hoffman), que sequestra sua esposa, Julia Meade-Hunt (Michelle Monaghan).
Arrecadou: US$ 397 milhões
Missão: impossível –Protocolo Fantasma, de Brad Bird (2011)
Maior bilheteria da série até hoje, marca também o início do formato que reúne um time em volta de Hunt, a partir da entrada do agente Benji Dunn (Simon Pegg) e de outros personagens.
Arrecadou: US$ 694 milhões.
Missão: impossível – Nação secreta, de Christopher McQuarrie (2015)
Hunt e sua equipe conhecem a ameaça que ainda estará presente em Efeito fallout.
Arrecadou: US$ 682 milhões.
Fonte sobre arrecadação: Box Office Mojo