O canadense Denis Villeneuve já tinha seu prestígio consolidado quando lançou, em 2015, Sicario: terra de ninguém. A guerra às drogas do México encontrou no cineasta um de seus melhores intérpretes. Com inteligência, Villeneuve construiu uma obra que não tem nada a ver com os clichês do gênero. Com boas doses de indignação, ele contou a história de uma agente do FBI que participa de uma operação para deter o líder de um cartel de drogas – o que vai levar a personagem a extrapolar limites morais.
Apoiado por ótimas performances de Emily Blunt e Benicio Del Toro, o diretor conseguiu seu primeiro grande sucesso de bilheteria – o filme ainda teve três indicações ao Oscar. Sem Villeneuve e Blunt, a história ganhou uma continuação. Sicario: o dia do soldado, dirigido por Stefano Sollima (do filme Suburra e da série Gomorra, ambas produções sobre a máfia na atualidade) estreia nesta quinta-feira (28) em todo o Brasil. E com o aval de Villeneuve, que considerou o novo longa “um nocaute”.
saiba mais
Nova comédia com Amy Schumer critica o padrão estético da magreza
Andréa Beltrão e Daniel Boaventura são Hebe Camargo e Silvio Santos em filme
Universo cinematográfico da Marvel terá personagens LGBT em breve, diz produtor
Veja quem são os brasileiros que passam a integrar a Academia de Hollywood
"Manipulamos o espectador, e ele gosta disso", diz criador de La casa de papel
GUERRA Graver é chamado pela alta cúpula de Washington para resolver a situação. Como os atentados teriam relação com os cartéis de drogas, ele arma um plano para estimular uma guerra entre os dois grandes chefões do tráfico no México. Para tal, convoca Gillick, até então vivendo escondido na Colômbia. Em uma complicada operação, a filha caçula de um chefão é sequestrada. Só que o plano é exposto, e a solução mais fácil é matar a garota (papel de Isabela Moner, atriz revelada em Transformers: o último cavaleiro).
Esqueça a grandiosidade visual do Sicario anterior. Mesmo sem a mão de Villeneuve, O dia do soldado é a melhor sequência que um filme que não almejava ter uma continuação poderia ter. Agora com os personagens de Brolin e Del Toro em igual grau de importância – e a dupla de atores está irretocável, com atuações sempre prestes a explodir – o filme traz uma narrativa que permite uma leitura em camadas.
Dialoga diretamente com a polêmica política imigratória do governo Trump; traz um roteiro sem gorduras com uma tensão sempre crescente e ainda tem doses de dramaticidade na medida. A trilha sonora pontual, sem exageros, colabora para o thriller, que conta ainda com dois coadjuvantes de luxo, Matthew Modine e Catherine Keener. Se o primeiro Sicario nunca pediu uma continuação, O dia do soldado exige uma sequência.
Abaixo, confira o trailer de Sicario: O dia do soldado: