Exibido recentemente no Festival Varilux de Cinema Francês, 50 são os novos 30 estreia nesta quinta-feira (28) no circuito comercial. O título original da comédia é Marie-Francine, nome da protagonista interpretada por Valérie Lemercier – também diretora e corroteirista.
O título brasileiro engana, de certo modo, o espectador. Marie-Francine realmente chegou aos 50, mas ela não age como uma mulher 20 anos mais nova. Na maior parte da narrativa, ela mais parece uma adolescente – e é nisso que, a despeito da profusão de clichês, reside a graça do filme.
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Mãe de duas garotas que estão se aproximando da idade adulta, Marie-Francine sai de casa. Descobre, em um par de dias, que não tem como se mudar para outro apartamento, porque também perdeu o emprego. A solução é voltar a morar com os pais, Annick (Hélène Vincent) e Pierric Legay (Philippe Laudenbach). O casal idoso trata a filha, que tem uma irmã gêmea, de modo infantilizado. E Marie-Francine, em um primeiro momento, aquiesce diante da reviravolta negativa da vida.
Como a filha não consegue arrumar um novo emprego, seus pais investem em uma lojinha de cigarros eletrônicos, que fica aos cuidados de Marie-Francine. Ao lado do estabelecimento, há um restaurante cujo novo chef, o português Miguel (Patrick Timsit), logo se aproxima da personagem. Com esse cenário montado, 50 são os novos 30 não dá muita chance ao espectador. O filme se encaminha para uma final previsível.
O humor – que não suscita risadas, mas um sorriso aqui e ali – está no conflito de gerações e no absurdo das situações. Um exemplo é a cena em que o ex de Marie-Francine, abandonado pela namorada mais jovem, resolve dar uma chance para a antiga mulher e aparece na loja de cigarros vestida como uma velha senhora.
Resumindo: a despeito de personagens simpáticos, não há nenhuma observação inteligente nessa comédia romântica que em muitos momentos se aproxima mais da comédia de erros.
Abaixo, confira o trailer de 50 são os novos 30: