O diretor japonês Hirokazu Kore-Eda conquistou neste sábado a Palma de Ouro de Cannes por Shoplifters, crônica familiar em que cada membro esconde seus segredos. O americano Spike Lee também foi premiado.
Depois de participar cinco vezes da competição, Kore-Eda, de 55 anos, finalmente levou o "graal" da sétima arte por seu filme "mais social", segundo suas próprias palavras. No drama japonês, uma família que pratica roubos a lojas e supermercados muda ao adotar uma criança.
Spike Lee, de volta à Croisette depois de 27 anos, ficou com o Grande Prêmio do Júri por BlacKKKlansman, história real de um policial afro-americano que se infiltrou na Ku Klux Klan nos anos 1970.
O americano apresentou seu filme como uma mensagem contra o racismo e contra Donald Trump.
Em um festival marcado pelo histórico protesto de mulheres artistas e cineastas pela igualdade na indústria, uma delas, a libanesa Nadine Labaki, recebeu o Prêmio do Júri por Capharnaüm, sem dúvida o filme mais comovente da disputa, sobre uma criança e um bebê que sobrevivem nas ruas de Beirute.
Dois atores até agora desconhecidos, o italiano Marcello Fonte e a cazaque Samal Yeslyamova, também foram recompensados por seus respectivos papéis em Dogman, do italiano Matteo Garrone, e Ayka, do russo Sergei Dvortsevoy.
A cerimônia de entrega dos prêmios foi marcada pelas declarações da atriz italiana Asia Argento, que acusou o produtor Harvey Weinstein de tê-la estuprado em 1997, durante o Festival de Cannes.
"Quero prever algo: Harvey Weinstein nunca mais será bem-vindo em Cannes", afirmou Asia.
Principais prêmios:
Palma de Ouro: Shoplifters, de Hirokazu Kore-eda
Grande Prêmio do Júri: BlaKKKlansman, de Spike Lee
Prêmio do Júri: Capharnaum, de Nadine Labaki
Direção: Pawel Pawlikowski (Cold War)
Roteiro: Alice Rohrwacher (Lazzaro Felice) e Jafar Panahi e Nader Saeivar (3 Faces)
Atriz: Samal Yeslyamova (Ayka)
Ator: Marcello Fonte (Dogman)
Prêmio especial: Jean-Luc Godard (The image book)