Chuva é cantoria na aldeia dos mortos, de Renée Nader Messora e João Salaviza, único representante brasileiro na mostra Um Certo Olhar, paralela à competição oficial pela Palma de Ouro no Festival de Cannes, estreia nesta quarta (16) na Croisette, com duas sessões (às 14h e às 22h15, no horário local). A produção do longa é dos mineiros Ricardo Alves Jr e Thiago Macêdo Correia, da Entre Filmes, empresa sediada em Belo Horizonte.
“O filme será visto por um grande número de pessoas de várias partes do mundo. Termos sido selecionados para essa prestigiosa mostra desperta mais curiosidade sobre o filme no público presente ao festival”, afirma Ricardo Alves Jr. O lançamento do longa no Brasil está previsto para o final do ano ou o início de 2019.
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ATO POLÍTICO Embora o filme seja o representante brasileiro na mostra Um Certo Olhar, não será o português a língua ouvida em Cannes. “Chuva é um filme com os krahô, na terra krahô, falado em krahô.
Para que os diretores estabelecessem uma relação de proximidade e respeito com aquela etnia foram necessários nove meses de filmagens. Mas o contato de Renee Nader Messora com o povo krahô teve início em 2009. A diretora iniciou trabalho na comunidade, que previa a mobilização do coletivo de cinegrafistas e fotógrafos indígenas, o Mentuwajê Guardiões da Cultura.
Sem estar acompanhados de equipe técnica externa, os diretores fizeram a captação em negativo 16mm. “Renée Nader Messora atua há pelo menos nove anos na aldeia desenvolvendo projetos de cinema com grupo de jovens cinegrafistas na aldeia. Eles mesmo filmam suas celebrações, sua vida cotidiana, seus rituais”, conta Ricardo.
O produtor conheceu o casal de diretores há 12 anos, quando estudaram cinema na Universidad del Cine em Buenos Aires. No ano passado, Ricardo codirigiu com João Salaviza o curta Russa, selecionado este ano pelo Festival de Berlim.
Abaixo, confira o trailer: