Talvez esta terça-feira (15), seja o dia das grandes expectativas de Cannes. Começou com o retorno de Lars von Trier a Cannes, com The house that Jack built. À noite terá, como num movimentado cartum - espera-se -, Uma história Star Wars. Solo.
Von Trier amargou sete anos de exílio do festival, desde que, em 2011, foi considerado persona non grata por declarações polêmicas durante a coletiva de Melancolia. Ao fim de uma divagação sobre o romantismo alemão, o autor dinamarquês disse que chegava a entender Adolph Hitler. Escândalo, escândalo! Foi chamado de nazista.
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The house that Jack built passa-se ao longo de 12 anos, acompanhando as atividades de um assassino em série. Numa cena, ele grita que matou 60 pessoas, e está prestes a assassinar a 61ª. A polícia, advertida, não leva a sério e o crime consolida-se.
Von Trier divide seu relato em cinco "incidentes".
Ao longo desses e dos demais incidentes, as feministas vão encontrar mais do que suficientes elementos para protestar contra o machismo do diretor. A desumanidade marca o tom dos episódios - cinco como no filme de Jean-Luc Godard, O livro da imagem.
Von Trier adora uma provocação e carrega no que se espera seja o imaginário de um nazista. Durante todo o tempo ele está querendo construir a casa do título, mas o processo não avança. Na trilha, ele conversa com um misterioso Verge, mas Bruno Ganz só aparece no finalzinho.
As vítimas de Jack podem gritar por socorro, ninguém as ajuda. No que seria, talvez, o sexto incidente, Verge leva Jack a conhecer o inferno. Antes disso, o diretor já mostrou que o inferno é aqui, nesse mundo desumano. Só para lembrar, em Um beijo antes de morrer, de James Dearden, Matt Dillon já interpretou, senão um serial killer, um assassino frio, e cruel.
Abaixo, confira o trailer de The house that Jack built: