Uma nova regra do Festival de Cannes excluiu a Netflix da edição deste ano, informou Ted Sarandos, diretor de conteúdo da empresa americana. O evento, que nesta quinta-feira (12/4) anunciou sua seleção, determinou a exclusão de todos os filmes não exibidos nos cinemas franceses.
"Queremos que nossos filmes estejam em pé de igualdade com os demais. Se existe o risco de nossos filmes e cineastas receberem um tratamento desrespeitoso no festival (...) acredito que é melhor não estarmos lá", afirmou Sarandoros. No ano passado, a Netflix optou por não distribuir para os cinemas seu filme Okja, que competiu em Cannes, para não retardar a exibição entre seus assinantes. Também concorreu no festival com The meyerowitz stories, de Noah Baumbach.
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Quando se soube que Okja não estrearia nos cinemas houve uma grande polêmica em torno desse fato e da hipótese de a Netflix prejudicar o mercado de salas de exibição com sua atuação cada vez mais agressiva na produção cinematográfica _distribuída diretamente em sua plataforma. O presidente do júri do Festival de Cannes no ano passado, o espanhol Pedro Almodóvar, deixou claro que não apoia a ideia de filmes não serem lançados no cinema. Okja saiu sem prêmios do festival.
A Netflix não descarta exibir seus filmes nos cinemas franceses, mas se nega a esperar três anos para tê-los em sua plataforma. "Esperamos que eles (Cannes) mudem as regras. Esperamos que eles modernizem. Mas continuaremos a apoiar todos os filmes e cineastas. Encorajamos Cannes a se juntar novamente à comunidade cinematográfica mundial, eles são bem-vindos", disse Sarandos, em entrevista à revista norte-americana Variety.